Especialistas projetam que veto da Rússia à carne de MT pode chegar ao fim ainda em janeiro
Viviane Petroli
Jornal Folha do Estado (matéria publicada no dia 29 de dezembro de 2011)

instabilidade política de mercados importadores do produto mato-grossense como a Venezuela e o Irã.
Esse cenário, somado ao alto custo de produção, já vem afetando a pecuária regional desde o fim do primeiro semestre de 2011. O setor só não fechará o ano no vermelho devido a força do mercado interno, que manteve em alta as vendas de carne.
Os dados de abates comprovam isso. De janeiro a setembro 3,326 milhões de cabeças de bovinos foram abatidas em Mato Grosso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como revelam suas pesquisas trimestrais de abates, um aumento de 5,9%
em relação ao período em 2010 quando 3,138 milhões de bovinos foram para o abate.
O fato fez com que Mato Grosso permanecesse líder na modalidade pelo 6° ano consecutivo no Brasil, e elevasse sua participação no país em 16,8%. Levantamento do Imea mostra que os bovinos abatidos somaram 4,022 milhões até outubro.
Mas apesar do bom resultado, o setor lidou com o veto russo desde o dia 15 de junho. Dos 22 frigoríficos proibidos de enviar carne, 17 são de bovinos. O setor ainda encerra 2011 com uma
retração de 10% no preço da arroba, sendo cotada em média a R$ 88 hoje, enquanto nos supermercados ao longo do ano alguns cortes sofreram reajuste de 40%, levando o consumidor a desembolsar mais.
Segundo o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, abateu-se mais animais no período de entressafra, que compreende de julho a setembro. Tais animais eram de confinamentos e semiconfinamentos, suas alternativas encontradas pelos pecuaristas nas épocas de seca para que o bovino não perca peso, entre outros.
“A tendência é termos menos oferta de animais para abate na safra e maior oferta na entressafra devido aos confinamentos e semiconfinamentos. É positivo o uso deles, pois utiliza-se mais tecnologia e abate-se mais cedo. Mato Grosso tem condições para liderar, também, neste setor pecuário”, comentou Vacari em recente entrevista à Folha do Estado.
CONFINAMENTO
Dados do Imea revelam que das 4,5 milhões de cabeças de gado abatidas por ano em Mato Grosso 17% são de confinamentos.
Conforme o último boletim semanal de bovinos do Imea, divulgado em 16 de dezembro, “o ano de 2011 foi mais um dos anos em que a cadeia pecuária de corte foi “salva” pelo apetite do consumidor do mercado interno, sendo este sustentado em grande parte pelo aumento de renda por parte das classes C e D, mantendo firme a demanda pela proteína animal”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário