Setor mantém economia local
Especialistas preveem que situação deve continuar por mais 2
anos, principalmente devido à Copa
Viviane Petroli
Jornal Folha do Estado (publicada na edição de 29 de julho de 2012)
A construção civil deverá pelos próximos dois anos continuar
segurando a economia de Cuiabá. As projeções são de especialistas e do próprio
setor. O segmento, que lidera as contratações na capital mato-grossense em
2012, deverá manter-se em alta até 2014. A tendência baseia-se nos programas do
governo federal que geram renda e consumo, somadas aos incentivos como maior
prazo para pagar, as obras da Copa do Mundo de 2014 e a vinda de novos negócios
que trazem executivos e suas famílias para a cidade. Ao ano os imóveis em Cuiabá
valorizam-se em média 5%. Atualmente, 60% dos imóveis mais buscados são os de até
R$ 200 mil.
De acordo com o economista Vitor Galesso, quando o ano é de
baixa economia o PIB de Cuiabá cresce entre 8% e 9%, enquanto em bons anos, como
se tem vivido nos últimos três anos, 20%
ano. “Mas, economia crescendo em 8%. A média normal é 12%. Após a Copa teremos
estagnação na economia e a construção civil entrará em saturação. Com isso, o
governo de Mato Grosso tem de começar a planejar o pós-2014 com incentivos ao
comércio e serviços para que a economia siga em alta”.
Galesso comenta que o PIB de Cuiabá tem atraído novos
negócios, o faz executivos buscarem moradia na cidade e eleva o consumo de
imóveis. “O que leva mais investidores na construção civil vir para a cidade”.
O diretor regional da Construtora Plaenge, Rogério Fabian,
confirma a análise do economista. “O ciclo da construção é longo e o que se tem
visto hoje é um reflexo das vendas realizadas em 2010 e 2011. Este ano é ano de construção,
tanto que somente agora as obras da Copa de fato começaram. O que vemos seguirá
até 2014”.
Fabian comenta que em Cuiabá entre 2006 e 2011 o volume de
obras cresceu cinco vezes. Prova disso, como revela, é que até 2009 a Plaenge entregava
até três torres ao ano e este ano serão 12. “Para 2013 estão previstas 10
torres. O bom momento da economia cuiabana trouxe muitos construtores, alguns
inclusivejá foram embora devido o mercado ser de localidade, ou seja, é preciso
ter conhecimento da cidade antes e não construir algo como em sua cidade de origem.
A construção é como a agricultura, consegue movimentar todas as classes, gerar
renda e demais segmentos”.
INCENTIVOS
Ao ano os imóveis, segundo o presidente do Sindicato da
Habitação de Mato Grosso (Secovi-MT), Marcos Pessoz, sofrem uma valorização de 5%,
dependendo da localização, custo terreno, mão de obra e materiais. “Hoje, são
vários os fatores, na verdade, para o setor estar em alta. A construção civil
estava ineficiente e por isso o deficit de habitação era grande. Agora criou-se
condições macroeconômicas para que a construção pudesse crescer, como redução
taxas de juros, redução IPI para materiais e equipamentos, aumento do prazo para pagar o imóvel,
programas,o que traz novos investimentos e geração de renda”.
EMPREGO
Levantamento do Cadastro de Emprego e Desemprego (Caged),
divulgado na semana que passou, revela que no 1º semestre de 2012 o saldo
positivo de admissões foi de 3.089 vagas, enquanto em 2011 haviam sido 882 em Cuiabá.
Em serviços permaneceram 1.525 e o comércio teve saldo negativo de 732.
O presidente do Sindicato da Indústria da ConstruçãoCivil de
Mato Grosso (Sinduscon-MT), Cezário Siqueira, comenta que a inversão de admissões,
que consequentemente tem levado, também, a construção civil a segurar a economia,
é um fator do processo nacional de empregos regulares em decorrência do aumento de
formalizações. “Há 10 anos, apenas 40% das contratações eram de modo formalizado, hoje
é de 60%”.
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