19 de junho de 2010

ARTIGO

Política e Seleção Brasileira

Viviane Petroli*

É época de Copa do Mundo e eleições. O País todo está mobilizado, no momento mais pelos jogos do que pela decisão de em quem votar, mas isso não vem ao caso no momento. A questão é o quanto a política brasileira tem se intrometido em nossa seleção.

Isso chamou a atenção de todos quando o técnico Dunga escalou os jogadores para a Copa do Mundo na África do Sul. Recebeu inúmeras críticas por parte dos brasileiros, porém inacreditável mesmo foram as duras críticas que personalidades da política brasileira jogaram encima daquele que tem a voz sobre a seleção do Brasil.

Só porque não convocou Neymar e Ganso, jogadores do Santos, Dunga foi malhado por Lula, Dilma e companhia limitada. Oras bolas, quem faz a seleção é o técnico. A escolha é dele. Se ele preferiu escolher jogadores mais experientes o problema é dele, sem contar que os jogadores que lá estão fizeram por merecer.

Se Dunga não convocou os dois meninos da Vila, foi por achar que ainda são “crus”, pode-se dizer assim. Se não convocou Adriano e Ronaldo Gaúcho foi por ver que eles não estavam mais jogando como deveriam e nem como jogavam antigamente.

O estranho é ver como nossos políticos gostam de se intrometer e tentar influenciar uma decisão que não é deles. A CBF que é a CBF não se intromete tanto assim. Será que os demais países também se intrometem? Isso eu não sei, ainda não percebi. Só sei que, perdendo ou ganhando esta Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, a escolha de Dunga é dele. Ele sabe o que faz. A única coisa que falta pra seleção brasileira melhorar é os jogadores pararem de achar que estão por cima e baixar um pouco a bola, serem mais humildes. Antigamente, na época de Pelé e Garrincha, os jogadores não ganhavam todo esse dinheiro que hoje ganham, porém jogavam com fome de bola, com gana e garra.

*Artigo publicado nas versões impressa e online do Jornal Circuito Mato Grosso