26 de janeiro de 2008

Palavrinha minha

Salve, salve galera. Cá estou eu depois de um período de férias forçadas por falta de computador. Hehehe
Espero que as férias de vocês amigos visitantes tenhão sido boas.
Um ótimo fim de semana e uma semana produtiva para todos.
Bjim Bjim Xau Xau

JOÃO SEBASTIÃO

A obra de uma vida dedicada à arte

Cultura e regionalidade cuiabana são retratadas através de onças e cajus nas mãos de João Sebastião, há mais de 30 anos em seus quadros e há cerca de três anos em garrafas peti também.

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Nascido em Cuiabá e criado até os 16 anos no bairro Coxipó da Ponte, João Sebastião Francisco da Costa, mais conhecido como João Sebastião, descobriu a sua vocação para a arte ainda muito jovem vendo sua mãe, a artista Alexandra Barros da Costa, fazendo suas pinturas e bonecas. “Aos 12 anos já tinha meu próprio atelier”, conta João.
Aos 16 anos pinta seu primeiro quadro, já no final de 1967 e em 1968 começa definitivamente a sua carreira de pintor, decide mudar-se para o Rio de Janeiro, em meio ao AI-5, para aprender mais sobre arte e conhecer artistas plásticos da época. Entre 1969 e 1972 mudou-se para Campo Grande, onde passa a freqüentar o Atelier de Humberto Espíndola e a atuar na Associação Mato-grosssense de Artes (AMA).
No ano de 1973 retorna para Cuiabá, sua terra natal, para continuar fazendo sua arte. João Sebastião ao longo de seus 40 anos de carreira ganhou seis prêmios nacionais. Prêmio Câmara Municipal em sua participação no VIII Salão de Arte Contemporânea de Santo André/SP, prêmio Prefeitura Municipal de Belo Horizonte no VII Salão Nacional de Arte, XXIV Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No Museu de Arte Moderna do Estado ganhou prêmio de aquisição em 1976, prêmio de aquisição no III e IV Salão de Artes Plásticas da Caixa Econômica de Goiás e prêmio Viagem ao País em 1981, o mais importante em sua opinião, no IV Salão Nacional de Artes Plásticas do Rio de Janeiro. “Todo esse tempo tem sido bom, porque conquistei seis prêmios nacionais”, conta o artista com orgulho.

Obras
João Sebastião em suas obras retrata muito a regionalidade de sua terra natal, mostrando-a através da onça e do caju. “Costumo dizer que sou um estudante. Uso há 30 anos a onça que significa a teoria, a rainha do Pantanal, a mulher brasileira, a mulher cuiabana, o sentimento feminino. E o caju já está ligado à sociedade, à cultura, à regionalidade. O caju evoca os valores da terra de Cuiabá, das festas, as cajuadas e é uma fruta que tem muito a ver com o calor”, explica.
Ele ainda esclarece que, para fazer suas pinturas através da onça e do caju, realizou uma pesquisa para ver o que de melhor retrataria Cuiabá e sua tradição.
“Faço qualquer tipo de arte, pinto o que vejo e o que vem da minha imaginação, mas minha preferência sempre foi a onça e o caju”.
Atualmente está engajado com artes ligadas à natureza. Há três anos foi chamado para participar, como voluntário, na preservação da natureza e hoje transforma garrafas peti em lindas borboletas pintadas, como se fossem um de seus quadros. “Cada borboleta feita de peti é uma garrafa a menos nos rios. Pretendo, através das borboletas, mostrar a cultura daqui. Nunca tive vergonha de ser cuiabano. A gente tem que fazer a arte de acordo com a nossa regionalidade. Aqui faço assim, se estivesse em Nova Iorque faria de outro jeito”.

Indignação
Em meio a tantas alegrias com sua arte João Sebastião mostra-se chateado com as pessoas, os governantes. “As pessoas ainda não dão valor ao artista, à arte. Sinto-me chateado com isso, passei muita dificuldade para mostrar meu trabalho aqui. Mas desistir nunca, de pessoas sim, mas da arte não, porque foi um presente que Deus me deu”, explica.
De acordo com ele, nunca recebeu em sua casa e atelier uma turma de escola para fazer uma visita e ver o que faz, nem como trabalho de pesquisa. “Está faltando gosto pela arte e olha que moro em frente a uma escola”.
Ele ainda conta que seu trabalho é bem mais visto fora de Mato Grosso. “Já recebi encomendas de borboletas para outros Estados. Os quadros que faço já são mais complicados para vender, pois há épocas em que as vendas são melhores, mas mesmo assim também já foram para outros Estados e países”.

Planos
João Sebastião, para 2008, tem planos de voltar aos bancos de uma faculdade e fazer pedagogia. Para ele estão faltando pessoas que falem corretamente, uma boa pedagogia e um bom orador.
Além da faculdade continuará fazendo seus quadros e suas borboletas. “De agora em diante pintarei só quadros pequenos e farei minhas borboletas. Quadros grandes somente por encomenda agora”, diz.


Escola de arte
João Sebastião, aos domingos, pretende abrir uma Escola de Arte em sua casa, onde funciona também o seu atelier. Quer ensinar crianças e adolescentes de 10 a 20 anos a arte em telas e garrafas peti. Segundo ele o horário ficará a critério do aluno.
A escola, casa e atelier do artista está localizada na Rua Trigo de Loureiro P, número 8G e seu telefone de contato é (65) 3642-7398.


REALIDADE BRASILEIRA

A vida através do “lixo”para quem precisa

O que pode estar sem qualidade para alguns para outros pode ser a sobrevivência durante a semana

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

“É dia de feira, quarta-feira, sexta-feira, não importa a feira é dia de feira” já diz a música ‘A Feira’, do grupo O Rappa. E realmente não importa mesmo o dia da feira, principalmente para aqueles que sobrevivem do que é jogado fora depois de um dia de vendas. Muitas vezes, o que é jogado fora pelos feirantes ou até mesmo pelos supermercados e quitandas ainda pode ser aproveitado.
E o que parece não ser próprio para o consumo e está em boa qualidade, para quem não tem condições de pagar pelos produtos que são vendidos está aí a oportunidade. Esse é o caso das pessoas que sobrevivem com o que encontram no lixo e nos bota-foras de Ceasas, de feiras, supermercados e quitandas. Uma simples batida num tomate, por exemplo, para elas não faz a diferença, pois o produto ainda pode ser consumido lavando bem e tirando a parte ‘estragada’.
Essa cena é comum em grandes cidades. Em São Paulo, há pessoas que chegam a se locomover cerca de 20 quilômetros até o Ceasa em busca de frutas, verduras e legumes.
Aqui em Cuiabá também não é diferente. É possível observar pessoas procurando em bota-foras de supermercados e na Feira do Porto alimentos que não são consumidos.
De acordo com o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Assistência Social de Cuiabá, Euze Carvalho, o que essas pessoas fazem em busca de alimentos não é correto. “Evidentemente não é bom as pessoas reaproveitarem alimentos do lixo. O ideal seria os restaurantes e lanchonetes doarem para entidades o que sobra do dia, mas infelizmente a Vigilância Sanitária proíbe isso. E em função disso os alimentos acabam indo para o lixo e as pessoas acabam pegando da mesma forma.”
O secretário adjunto ainda diz que as pessoas que buscam alimentos dessa maneira podem acabar contraindo uma infecção ou pegar alguma doença, pois misturado ao lixo pode haver algo que contamine os alimentos como, por exemplo, uma pilha, lata de veneno e até mesmo agrotóxicos.


Projetos da Secretaria de Assistência Social
A Secretaria Municipal de Assistência Social possui o Cras (Centro de Referência em Assistência Social) que atende em cinco bairros de Cuiabá. O Centro cadastra famílias para receber sacolões, além de prestarem serviços de assistência. Os bairros que recebem o projeto Cras são Pedra 90, Tijucal, Jardim Araçá, Jardim União e Planalto e, segundo o secretário Euze Carvalho, ainda este ano, os bairros Dr. Fábio e 1º de Março também passarão a ter o Cras.
Outro projeto é o de Reaproveitamento Alimentar, onde as famílias cadastradas pelo Cras recebem semanalmente um sacolão de frutas, verduras e legumes. O projeto Reaproveitamento Alimentar funciona por meio de doação de supermercados e feirantes que acreditam que as frutas, verduras e legumes não estão bons para vender em seu estabelecimento, apesar dos alimentos ainda estar em bom estado para consumo. “Os alimentos chegam ao projeto, passam pelo processo de separação e depois é distribuído para as mais de 400 famílias cadastradas pelo Cras.”, explica o secretário Euze Carvalho.

Feira do Porto e suas doações
A Feira do Porto é um dos locais mais procurados por pessoas que estão passando necessidade e desempregadas. Conforme o subgerente da Associação dos Feirantes, Luis Carlos Cláudio, são poucas as pessoas que aparecem no local, pois os próprios feirantes já realizam doações para entidades e ONGs que fazem a distribuição de alimentos para as pessoas necessitadas.
“Os feirantes nem colocam no lixo os alimentos, seguram em suas próprias bancas e ali mesmo vão separando para fazer as doações para entidades”, diz o subgerente.
Luis Carlos Cláudio ainda diz que se os feirantes veem que a pessoa realmente está precisando, ajudam ali mesmo na feira, mas se perceberem que são ‘alcoólatras, drogadas e malandros’ não ajudam.

Pessoas que ajudam
Na Feira do Porto todos realizam doações desde a inauguração do local. O vice-presidente da Associação dos Feirantes, Sérgio Lupirini, por exemplo, ajuda a creche Falcãozinho quando esta não está em período de férias.
Juvenil dos Santos ajuda tanto o Abrigo Bom Jesus para idosos como a creche, além de pessoas que vê que precisam mesmo. Bela Lucia, que há sete anos montou sua banca na feira, afirma que também ajuda com o que pode. “Sempre participei deste tipo de doações”.
Mas não é só de frutas, verduras e legumes que os feirantes do Porto ajudam a população carente. Os 28 açougues localizados no local ajudam, no fim do dia, com carnes e ossos. “Desde o começo da feira, antes mesmo de inauguração, estou ajudando quem precisa”, conta José Augusto que montou seu açougue na Feira do Porto.

AVENIDA BEIRA RIO

Reforma não resolveu problemas no trânsito

Acidentes que antes eram causados pela má conservação da avenida, hoje são causados pela imprudência dos motoristas.

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Faz um ano e sete meses que a avenida Beira Rio passou por uma reforma asfáltica. O que parecia ser solução para os buracos, acabou gerando novos problemas como sinalização, retornos bloqueados e acidentes de trânsito.
Mesmo com faixas de pedestres e quebra-molas em frente às duas universidades particulares, localizadas na avenida, os motoristas parecem não ter respeito e continuam andando em alta velocidade. Muitas vezes, nem mesmo os semáforos são respeitados.
“Depois que arrumaram o asfalto, o trânsito ficou bem violento. Já ocorreram diversos acidentes com vitimas fatais até e o trânsito aumentou”, diz o vendedor de água de coco Aldinei João da Silva que trabalha em frente à Unic e à Unirondon.
Segundo o vendedor, os acidentes ocorrem sempre nas proximidades das Universidades. “A SMTU já fez muito. O problema são os motoristas que não tem amor à própria vida, que não tem consciência dos próprios atos. Na maioria dos acidentes que ocorreram por aqui os motoristas estavam alcoolizados”, completa.
Esta é a mesma opinião do secretário municipal de trânsito e transportes urbanos de Cuiabá, Elismar Bezerra de Arruda. Para ele há vários problemas na região da Beira Rio. “Um são os motoristas e outro são as vias. Os retornos não estão corretos. Não há uma fuga na via principal”, diz o secretário da SMTU.


Projeto de sinalização para avenida Beira Rio

De acordo com o secretário Elismar Bezerra e com o engenheiro da SMTU, Osmar Leite Macedo, há um projeto pronto para que, a partir do mês de março, haja uma licitação para as adequações necessárias na avenida Beira Rio.
Neste projeto, alguns retornos serão fechados definitivamente e outros serão melhorados. Serão feitos pontos de fugas para que não ocorram transtornos no trânsito. “Comerciantes e moradores já reclamaram muito. Dizem que os motoristas chegam a subir nos canteiros para pegar a outra pista. Em alguns pontos não há mais grama e essa atitude dos motoristas acaba ocasionando também os acidentes.”, disse o Secretário.
Segundo o engenheiro Osmar Leite Macedo também serão melhoradas as sinalizações do local. “Tanto as sinalizações verticais como horizontais serão aumentadas. Quanto aos semáforos a colocação não consta no projeto.”
Também está previsto no projeto a restauração dos canteiros. Além disso, o Secretário afirma que está pedindo mais rigor dos fiscais para a questão da Educação para o trânsito de Cuiabá.

Volta às aulas
Com o período de voltas às aulas o secretário da SMTU estará se reunindo com os diretores de escolas e faculdades de Cuiabá e tratando sobre a questão de alunos, funcionários e pais de estacionarem em frente às instituições de forma inadequada. “Em frente à Unic, por exemplo, eles estacionam os carros, praticamente, nos canteiros e na porta da instituição, dificultando a passagem de pessoas e de outros veículos”.

PRÉDIOS ABANDONADOS

Construções serão destinadas à habitação

Hotéis do centro histórico de Cuiabá podem virar moradia para população por meio do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) da Caixa Econômica Federal

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Quem nunca passou pelo centro de Cuiabá e se deparou com antigos prédios construídos nas décadas de 50, 60 ou 70, que serviam de hotéis para aqueles que vinham visitar a cidade ou estavam de passagem ou até mesmo para eventos? Estes prédios que hoje estão desativados ou servindo de comércio no térreo, podem virar habitação para a população por meio do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) da Caixa Econômica Federal.
De acordo com o diretor técnico da Agência Municipal de Habitação Popular (AMHP), Márcio Mattoso, a prefeitura de Cuiabá flexibilizou a utilização destes prédios para habitação. Segundo ele, a Lei diz que todo prédio deve ter um número mínimo de vagas para estacionamento e como não há local para isso, os hotéis foram desativados e a Prefeitura liberou para habitação. .
“A Lei é aplicada no centro histórico de Cuiabá. É uma Lei que foi votada como exceção para o Plano Diretor de Cuiabá. Os apartamentos serão distribuídos através do PAR”, explica Mattoso que ainda diz que a Prefeitura não atua diretamente neste projeto, apenas contribui para que ele se tornasse viável.

Reforma dos prédios
Por estarem há muito desativados e fechados, os hotéis necessitaram de reformas e em alguns casos portas e janelas terão de ser trocados. Para que o projeto vá para frente é necessário, além dos proprietários aceitarem vender o imóvel para a Caixa Econômica Federal, é preciso que uma empresa da construção civil no ramo de habitação faça um projeto e mostre à Caixa Econômica para uma avaliação.
“Não chega a ser uma licitação. A Caixa irá avaliar se os custos dos projetos da empresa de construção civil são viáveis ou não, ou seja, é a Caixa que irá definir que empresa fará a reforma dos pré a reforma dos presa fars projetos da empresa de construçsagemdios após avaliação dos custos apresentados”, explica Mattoso.

Revitalização
Este projeto tem a intenção de revitalizar o centro histórico de Cuiabá, local onde a população busca somente para lazer, compras e para fazer pagamentos. Com essa revitalização a Caixa Econômica, junto com a Prefeitura, quer trazer a população para morar no centro de Cuiabá.


O que é o Programa de Arrendamento Residencial
O Programa de Arrendamento Residencial é um programa do Ministério das Cidades, executado pela Caixa Econômica Federal, que tem como finalidade ajudar Estados e municípios com necessidades de moradia para pessoas de baixa renda e com salário inferior a seis salários mínimos.
Em Cuiabá o PAR já contemplou mais de 200 famílias que hoje estão distribuídas em três residenciais (Residencial Recanto do Salvador, Residencial Maria de Lourdes e Residencial Despraiado).
As inscrições para o PAR devem ser feitas nas Agências Municipais de Habitação Popular de cada município, para que sejam encaminhadas para a Caixa Econômica Federal para avaliação.
É necessário apresentar no ato da inscrição RG, CPF, renda familiar menor de seis salários mínimos, título de eleitor, carteira de trabalho e pagar uma taxa de inscrição de R$ 14,80. Caso a pessoa seja casada deve apresentar documentação do casal e se for viúvo (a) a certidão de óbito do conjugue.