23 de dezembro de 2008

2009 é de Cunha

ABL anuncia que 2009 será o ano de Euclides

VIVIANE PETROLI
Blog Fala Sério Mix com
Assessoria ABL

Na oportunidade da solenidade de posse da nova diretoria da Academia Brasileira de Letras (ABL), o presidente reeleito, o escritor e jornalista, Cícero Sandroni, anunciou, no último dia 18 de dezembro, que 2009 terá sua programação com ênfase na vida e obra do escritor Euclides da Cunha.

Além de visitas guiadas na ABL, palestras, edições, entre outras atividades citadas por Sandroni. O presidente ainda adiantou que deverá ocorrer na ABL uma exposição intitulada ‘Euclides Vive!’. "Queremos exaltar um intelectual brasileiro que, entre outros trabalhos, produziu um livro único - "Os Sertões" -, que, para nós, representa um marco na vida mental do Brasil. Livro ímpar, sem igual em outras literaturas, que, misturando o ensaio, a história, as ciências naturais, a epopéia, o lirismo, o drama, mostra a definitiva conquista da consciência de brasilidade pela vida intelectual do país.", disse Sandroni.

Posse
Tomaram posse na ABL: Ivan Junqueira (secretário-geral), Alberto da Costa e Silva (primeiro secretário), Welson Pereira dos Santos (segundo secretário) e Evanildo Belchara (tesoureiro).

Obras de Euclides
Confira a seguir algumas obras de Euclides da Cunha: prefácios, discursos, antologias e manuscirtos:
-> Os Sertões
-> À margem da história
-> Peru versus Bolívia
-> Contrastes e confrontos
-> Artigos e poesias publicados em periódicos e revistas
-> Prefácios
-> Discursos
-> Antologias
-> Manuscritos

19 de dezembro de 2008

BICENTENÁRIO

Pesquisadora homenageia imprensa

Com um acervo de mais de 2.500 títulos, sendo alguns relacionados à imprensa brasileira, Yasmin Nadaf expôs seu arquivo em homenagem aos 200 anos da Imprensa no país.


Por Viviane Petroli
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Dona de um acervo histórico, Yasmin Nadaf expôs, no dia 10 de dezembro no Instituto Memória, localizado na Assembléia Legislativa de Mato Grosso, toda uma coleção sobre a história da Imprensa Brasileira nestes 200 anos, desde a chegada da família real vinda fugindo de Portugal.

Yasmin, que há três anos voltou para Cuiabá, há 20 anos vem fazendo sua pesquisa e coleção que, segundo ela, foi buscada em sebos do Rio de Janeiro, São Paulo entre outras localidades. Ao todo são mais de 2.500 títulos entre livros, jornais, histórias em quadrinhos, almanaques, fac-símiles ligados à história da Imprensa Brasileira e à cultura.

Quando perguntada sobre o motivo que a levou a expor seu acervo e homenagear a imprensa, Yasmin conta que foi por não ter visto manifestação que marcasse o bicentenário. “Esse foi o motivo que levou a fazer a exposição porque, há mais de duas décadas, eu venho estudando a literatura nos jornais e, por consequência, eu acabo estudando ora um periódico como um todo, ora acabo estudando, de modo paralelo à literatura, a imprensa no Brasil. Eu fiz essa exposição porque eu queria, de fato, homenagear a imprensa. Como uma pessoa envolvida com os estudos culturais, eu vejo o quanto a imprensa é importante para nós, o quanto foi no passado, como alguém que estuda a literatura e que foi nela que pude encontrar, no Século XIX, um grande manancial de escritos literários. Se não fossem esses jornais e revistas originais, armazenados na Biblioteca Nacional, eu não poderia conhecer parte do pensamento do Brasil, parte da história da escrita, parte da história dos leitores e parte da história dos escritores, porque o jornal tem essa capacidade não só de guardar e armazenar notícias, mas também de mostrar escritores e a cultura”, explica Yasmin.


*Foto: Studio Press

11 de dezembro de 2008

VANGUART

Banda de MT grava DVD Multishow Registro

Por Viviane Petroli
Fala Sério Mix

Multishow Registro Vanguart, este é o nome do DVD da banda mato-grossense Vanguart, que estará sendo gravado nesta quinta-feira (11), em São Paulo.

O show, que possui entrada gratuita, contará com participações especiais de Luis Carlini, Arthur de Faria, Mallu Magalhães e Quarteto de Cordas. Os ingressos poderão ser retirados duas horas antes do show.

O que: Gravação DVD Multishow Registro Vanguart

Local: Avenida Club - Av. Pedroso de Moraes, 1036 - Pinheiros - São Paulo/SP

Quando: 11/12/2008

Horário: 21h


10 de dezembro de 2008

ARTE SACRA

Museu é reaberto depois de 20 anos

Por Viviane Petroli
Fala Sério Mix

Foi reaberto no último dia 05/12, no Seminário da Conceição da Igreja Bom Despacho, parte do Museu da Arte Sacra. O espaço, considerado um dos mais antigos imóveis tombados do Estado de Mato Grosso e que esteve fechado por 20 anos, teve suas imagens e peças sacras restauradas, além de ter sofrido algumas modificações tanto entre a restauração das imagens quanto do espaço, no qual seis salas encontram-se abertas para visitação.

Exposição
Desde a sua reabertura, marcada pelo inicio do Natal de Luz, encontram-se expostas no local imagens do século XVII e XIX, presépios, fotografias que retratam o processo de recuperação, exposição de 30 Bíblias, bem como também pertences e móveis do quarto do 1º Bispo do Estado de Mato Grosso, Dom Aquino Corrêa, que residiu no Seminário da Conceição.

A exposição, que segue até o dia 09 de janeiro, está aberta ao público de terça-feira a domingo das 9h às 20h ou das 14h às 20h. Os visitantes que forem às sextas-feiras poderão também estar conferindo uma feira gastronômica com pratos típicos regionais e artesanato.

Confira programação no site da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso.

*Foto: Guilherme Filho - Secom/MT

27 de novembro de 2008

7 WONDERS

Pantanal segue na disputa das Maravilhas

Somente no Brasil são oito localidades na disputa pela entrada na lista das 7 Maravilhas do Mundo.

Por Viviane Petroli.


QUATROCENTOS - este é o número aproximado de localidades do mundo que estão concorrendo para ser uma das 7 Maravilhas do Mundo. Somente no Brasil são oito localidades. No país, o Pantanal que é representado pelo Parque Nacional do Pantanal, Monte Roraima, Floresta Amazônica, Chapada Diamantina, Lençóis Maranhenses, Pão de Açúcar, Cataratas do Iguaçu e Fernando de Noronha estão na disputa.


Com votação realizada através da Internet, pessoas do Mundo inteiro podem votar até o dia 31 de dezembro para classificar 77 Maravilhas que seguirão para uma nova etapa, em julho de 2009, de onde sairão 21 Maravilhas.

De acordo com o presidente do Comitê para eleição e diretor do Parque Nacional do Pantanal, José Augusto Ferraz de Lima, o Pantanal foi uma nomeação automática para ser uma das escolhidas, pois o mundo o reconhece. Ele ainda conta, que a maior dificuldade que o brasileiro hoje, tem enfrentado para votar no Pantanal ou em uma das outras sete localidades brasileiras, é o fato do site da 7Wonders ser totalmente em inglês. Por este motivo, foi montado um comitê para ajudar na divulgação, lançado no último dia 10 de novembro e um site para auxiliar os brasileiros a votar no Parque Nacional do Pantanal (www.votepantanal.com.br). “O Site Vote Pantanal dá dicas para as pessoas e faz o redirecionamento para o 7Wonders, onde a pessoa vota. Decidimos fazer isso porque o site da 7Wonder é pouco visitado por brasileiros por ser em inglês”, diz José Ferraz.

O Comitê para Eleição do Pantanal é formado por diversas pessoas ligadas e não ligadas ao Governo Estadual. Conforme José Ferraz, é um trabalho voluntário do Comitê, pois este já está pronto e agora restam os voluntários para divulgar a campanha e ajudar o Pantanal.

A exemplo disso, pode-se citar o cantor e ator Edmilson Lucialdo que, através de seu espetáculo ‘Mato Grosso em cena’, onde conta a história do Estado, estará realizando a divulgação da Campanha Vote Pantanal.

Importância
O Pantanal estar dentro de uma votação como esta, é de grande importância, pois incentiva o crescimento econômico, bem como a visita de turistas brasileiros e estrangeiros.

O Parque Nacional do Pantanal, está localizado numa área de 135 mil hectares ( do total dos 14 milhões de hectares) e tem suas ações de campanha discutidas em conjunto entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “A tradição pantaneira, o homem pantaneiro faz parte da diversidade do Pantanal. O Parque Nacional é de grande importância, pois há pessoas que o visitam e são exigentes, fazendo desta forma, que seja obrigatória a conservação da biodiversidade, aumentando assim o turismo na localidade. O Parque Nacional do Pantanal, em 2000, foi eleito pela Unesco patrimônio da Humanidade e isso ajuda como um instrumento de divulgação”, lembra José Ferraz.

Votação e Dia D
Para auxiliar as pessoas na votação, o Comitê estará colocando 50 mil fichas de votação em circulação, onde será realizado o voto e a pessoa que preencheu a ficha terá somente que confirmar o voto via e-mail, assim como ocorre com quem vota pelo site da 7Wonders.

No último dia 12 de novembro foi considerado o Dia D para o voto no Pantanal, onde Cuiabá recebeu, em alguns pontos da cidade, acesso para a votação. Os locais onde a mobilização foi realizada foram nos Parques Estaduais Massairo Okamura e Mãe Bonifácia, Praça Alencastro, Shopping Pantanal, Centro de Eventos do Pantanal e também a sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

“O Comitê está buscando votos para o Pantanal no exterior também. A disputa está bem concorrida, está tendo uma grande repercussão. Só sentimos mesmo a dificuldade para votar pelo site, até por ser somente em inglês. Pretendemos fazer uma mobilização ainda maior, caso o Parque Nacional do Pantanal fique entre as 77 classificadas e depois entre as 21 Maravilhas classificadas. Vamos buscar votos de diversas formas”, conta José Ferraz.

Para Estado divulgação é tudo
Conforme o secretário de turismo do Estado, Yuri Bastos Jorge, o Pantanal, por estar concorrendo nesta votação das 7 Maravilhas do Mundo,já é uma ótima divulgação.

CMT – Qual a importância para o Estado o Pantanal estar concorrendo para ser uma das 7 Maravilhas do Mundo?
YBJ –
Importância e também interesse é a divulgação, não só a votação, o mundo inteiro saberá mais sobre o Pantanal. Aguçará o interesse e a vontade das pessoas em vir visitar o Pantanal, principalmente pessoas do exterior. Estamos concorrendo com mais sete localidades do Brasil e mais outras de outros lugares do Mundo. Estamos bem posicionados. Divulgação gera interesse, interesse gera curiosidade. Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Paraguai e Bolívia estão defendendo o Pantanal nesta luta para ser uma das 7 Maravilhas.

CMT – Como o Estado tem incentivado a votação?
YBJ –
Conscientização e divulgação é o que podemos fazer. Fizemos um site, o Vote Pantanal, com fotos, como votar, está tudo na Internet onde é realizada a votação. A entrada do Pantanal nesta votação veio num momento bom para a regionalização da Travessia do Pantanal entre Mato Grosso e Mato grosso do Sul.

CMT – E o apoio do Estado como está?
YBJ –
Divulgação e eventos de mobilização para votação é o que estamos realizando, criamos o comitê e recentemente na feira da ABAV, no estande de Mato Grosso, colocamos um totem para que os participantes da feira votassem. Até o Ministro do Turismo votou no Pantanal, na ocasião.


*Fotos: José Medeiros (Pantanal)

20 de novembro de 2008

CONSCIÊNCIA NEGRA

Dia símbolo da luta contra o preconceito

Um dia dedicado a eles é um símbolo da luta por direitos iguais e um presidente americano negro é promessa de luta mais intensa.

Por Viviane Petroli

Publicação no Jornal Circuito Mato Grosso

Ele é filho de queniano mulçumano com americana branca. Nasceu em Honolulu, no Hawai. Formou-se em Ciência Política, trabalhou por um breve período como líder comunitário em 1983, ingressou na Faculdade de Direito e trabalhou num escritório de advocacia. Em 1996, resolveu entrar para a política, sendo eleito Parlamentar estadual de Illinois. Quando tentou a Câmara dos Deputados, quatro anos depois, sofreu amargamente com a derrota. Não desistiu. Em 2004, num gesto ousado de ataque à política de Bush no Iraque, lançou-se candidato ao Senado dos Estados Unidos. Agora, em 2008, Barack Hussein Obama tornou-se o 44º Presidente dos Estados Unidos e o primeiro presidente negro da história dessa potência mundial. Obama traz esperança para muitos, independente da miscigenação, de um mundo de mais igualdade, união e paz e distância.

Aqui na Capital mato-grossense, Aurélio Augusto Gonçalves Silva, membro do Movimento de Inteligência Negra (NIN) e secretário adjunto da Secretaria Municipal de Esporte e Cidadania de Cuiabá (SMEC), vê a vitória de Barack Obama como uma representação da evolução no processo da história dos Estados Unidos com um reflexo positivo para o restante dos países. “Hoje os Estados Unidos é um modelo ultrapassado. Obama tem a grande missão que é quebrar paradigmas, enfrentando grandes grupos e corporações poderosas em nome de um mundo que respeita as diferenças e dialoga mais,impondo menos. Tudo isso pode dar certo. É apenas o início de uma longa caminhada tal qual o sonho retratado por Luther King, há 40 anos, no seu célebre discurso ‘I Have a Dream’ (Eu tenho um sonho)”, diz Aurélio.

Preconceito e desigualdade
Hoje, em pleno século XXI, ainda é possível de se ver pelas ruas o preconceito e a desigualdade sofrida pela população negra, até mesmo aqueles que possuem uma boa condição de vida sofrem tal situação. Para Aurélio Augusto, a questão racial teve um avanço positivo e, nos últimos anos, muitas conquistas foram alcançadas. Entre estas conquistas podemos encontrar a implantação das políticas de ações afirmativas no Brasil, ou seja, Sistema de Cotas para a Educação. Aurélio ainda conta que como há ainda preconceito racial, teme que isso nunca se acabe, devido à forma que tal ato é praticado no Brasil. “É como se não existisse, como lutar contra algo que não existe”, declara Aurélio.

Para Luceni Vieira da Costa, membro do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE), existe um avanço considerável para a população negra, mas a questão do preconceito ainda existe na vivência das pessoas e, quando se tenta mudar, ainda encontra-se certa dificuldade. Luceni diz que no mercado de trabalho o preconceito é bem visível, pois mesmo que os níveis de graduação sejam os mesmos, os negros pouco assumem em um cargo superior. Segundo ela, assim como no mercado de trabalho, no ambiente escolar também existe o preconceito e a desigualdade, pelo fato de haver poucos negros em escolas particulares. “As oportunidades para os negros ainda são restritas. Alguns não estudam por falta de oportunidade ou por ter de ajudar em casa. A data de 20 de novembro, dia da Consciência Negra, faz com que as pessoas parem e reflitam em cima dessa causa, mas essa consciência deveria ser constante e não durar apenas um dia. Somos todos iguais, só temos a cor da pele diferente. As pessoas devem parar de tirar conclusões precipitadas também”, diz Luceni.

Direito que é bom...
Todos têm direitos e deveres que devem ser cumpridos, mas na hora da execução destes, o resultado não é visto, pois “são executados meio que escondidos”. De acordo com Luceni, a discussão sobre o Sistema de Cotas é um direito conquistado pelos negros, mas há pessoas da área do Governo, Universidades entre outras instituições, que não aceitam e acabam montando debates sobre o assunto. “Tem pessoas que não acreditam que o Sistema de Cotas vá funcionar, mas se não colocá-lo em prática, não tem como saber se realmente dará certo ou não. Muitos dizem que temos direitos, mas na hora de colocar em prática é que vê o que é feito ou não”, conta Luceni.

19 de novembro de 2008

TITANIC

Casal volta atuar juntos após 11 anos

VIVIANE PETROLI

Famosos por seus papéis no filme Titanic, lançado em 1997, Leonardo DiCaprio e Kate Winslet voltam às telas dos cinemas para viver novo casal romântico, mas desta vez sem navio, icebergs e mocinho morrendo afogado.

"Revolutionary road", drama doméstico, é um romance adaptado de Richard Yates e dirigido por Sam Mendes, marido de Winslet.

DiCaprio e Winslet viverão Frank e April Wheller, um casal com uma vida que despenca na monotonia suburbana da década de 1950. Apesar do casal dividir momentos de pura paixão o relacionamento às vezes termina em discórdia e gritaria. Quando as coisas começam a complicar o casal decide mudar-se, com seus dois filhos, para Paris, mas ao surgirem novas oportunidades no trabalho de Frank este passa a rever sua decisão, enquanto para April, uma atriz fracassada, a mudança para Paris significa liberdade e a vida divertida que sempre sonharam.

13 de novembro de 2008

Regime de Engorda

Restrição é aprovada por Comissão do Senado
Fala Sério Mix com Agência Brasil


Foi assinado no último dia 05 de novembro, pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, o projeto que restringe modelos com Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 18 participem de campanhas publicitárias e desfiles. O projeto de lei aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia foi feito com base em um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Após esta aprovação o projeto foi encaminhado para apreciação da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e se aprovado o mesmo seguirá para a Câmara Federal sem que haja necessidade de entrar em votação no Plenário do Senado.

A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), relatora do projeto, esclareceu que a intervenção nestes tipos de casos é justificável para que não seja colocada “em risco a saúde de jovens por causa de um glamour social”. Segundo a senadora o estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde mostra nitidamente que pessoas que possui IMC abaixo de 18 acabam desenvolvendo um quadro de subnutrição crônica e também anorexia nervosa o que pode acabar levando a pessoa a desenvolver entre tantas outras doenças a bulimia.

Países como Espanha e Itália, onde a moda é um dos importantes segmentos da economia de ambos os países, já possuem normas para a preservação da saúde dos profissionais do setor da moda.
*Foto: O Globo

7 de novembro de 2008

EXPO BRASIL

Motivando o desenvolvimento local

Viviane Petroli

Estará sendo realizada entre os dias 12 e 14 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, a VII Edição da Expo Brasil Desenvolvimento Local, organizada pelo Sebrae de Mato Grosso. Com o objetivo de promover um encontro entre todos aqueles que são interessados em apresentar, conhecer, debater e também impulsionar idéias e iniciativas de desenvolvimento local no país, a Expo Brasil está dividida em oito eixos centrais: inclusão produtiva, integração latino-americana, governança democrática, cultura, meio ambiente e sustentabilidade, comunicação e formação de agentes.


Durante os três dias de evento, os participantes terão à disposição palestras, painéis, conferências, feiras de iniciativas sustentáveis, oficinas, desfile de moda étnica e atrações culturais.

Participação internacional
A VII Edição da Expo Brasil espera reunir cerca de sete mil participantes entre brasileiros e também representantes de, ao menos, 13 países. O evento contará com a presença de autoridades e especialistas. Também está prevista a vinda do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, com a conferência "Desenvolvimento Sustentável em Bases Territoriais", que será realizada no dia 12, às 17h.


Serviços
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 12 ou realizadas através do site www.expobrasil.org.br ou ainda através dos telefones 0800 570 0800 e (65) 3648-1200.

De acordo com a central que realiza as inscrições via telefone, não há limite de vagas e o atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 19h30min. O credenciamento começa às 7h30min no dia 12 de novembro. O evento tem início às 8h e vai até às 18h. Visitas à feira a partir das 10h30min até às 21h.

3 de novembro de 2008

FALA SÉRIO MIX COMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Da internet para o papel

O blog Fala Sério Mix surgiu em meados do 2º semestre de 2006, onde eu e mais duas colegas da faculdade o abrimos no provedor Terra. Inicialmente iria se chamar “Infomix”, que era o nome de um programa de rádio ao qual fazíamos nas aulas de rádio, mas acabei sugerindo o nome “Fala Sério Mix” por achar mais forte e impactante.

Nele postávamos matérias que fazíamos na faculdade, artigos, poemas, crônicas, dicas de cinema, livros, CDs, DVDs, shows e teatro.

Com o passar do tempo as meninas se afastaram do blog e, como gostava de mexer nele resolvi dar continuidade e migrei-o para o Blogspot, do Blogger.com, com o mesmo estilo em abril de 2007.

Nestes um ano e sete meses no Blogspot o blog Fala Sério Mix já recebeu mais de 450 visualizações no perfil, mais de 20 mil acessos e mais de 60 comentários entre elogios e sugestões, bem como também comentários demonstrando interesse em alguma matéria que o leitor/internauta tenha gostado.

Em todo este tempo de existência o blog nunca recebeu um comentário criticando o modo como é feito e nem seu conteúdo. Muitos comentários me fizeram, quando cheguei a pensar em parar com o Fala Sério Mix, ter animo novamente. Um dos comentários que achei mais interessante foi quando postei uma matéria que havia escrito no meu estágio sobre o 9° BEC (Batalhão de Engenharia da Construção) no uma leitora disse ter gostado da matéria e contou que seu marido serviu a este Batalhão, que veio do Rio Grande do Sul para Cuiabá em 1970.

Atualmente o blog Fala Sério Mix tem sido alimentado com matérias escritas por mim no jornal Circuito Mato Grosso, onde faço estágio há um ano. Nestas postagens procuro colocar aquelas que mais tem a ver com o blog e também procuro postar alguns artigos.

Nos meses entre junho e agosto, o Fala Sério Mix deu um giro ao mundo através da música, sempre trazendo um artista/banda musical conhecido ou não aqui no Brasil, o que foi interessante para que todos conhecessem culturas diferentes.

Enfim após muita alegria com o Fala Sério Mix na web, chegou o momento dele ir às mãos dos leitores através destas páginas como produto de Trabalho de Conclusão de Curso e também como uma dica aos Jornais Impressos de que estes invistam mais em algo voltado para os jovens, pois eles são o futuro de amanhã e se estes hoje já não lêem o Jornal Impresso quem dirá amanhã.

Quem quiser ver a versão impressa do Fala Sério Mix pode encontrá-la no Orkut através do profile Blog Fala Sério Mix. Se quiser estar fazendo parte dos amigos adicionados do blog seja bem-vindo (a) e fique a vontade. A versão impressa você também pode ver clicando aqui. Após clicar abrirá uma nova janela, então clique em Free User para fazer o download, após isso aparecerá uma janela com o contagem regressiva, quando chegar ao zero você poderá clicar em download e o mesmo será feito normalmente.

INCERTEZA - Parte 1

Impresso sobreviverá ao digital?

Desde o surgimento do rádio, o jornal impresso possui futuro incerto, apesar de sobreviver até hoje, principalmente com a evolução tecnológica dos meios de comunicação. Em Mato Grosso, donos, editores e jornalistas apostam na sobrevivência do impresso, mas investem no jornalismo digital

VIVIANE PETROLI

Não se sabe ao certo, quando surgiu a primeira mídia impressa, mas segundo historiadores, o primeiro “jornal” que se tem conhecimento é o Acta Diurna, que surgiu em Roma por volta de 59 a.C.. O período produzido no império de Júlio César tinha como intuito informar aos súditos, os mais importantes acontecimentos sociais e políticos.O Acta era um jornal que informava aos moradores de Roma os escândalos do governo, julgamentos, execuções e campanhas militares.


Cerca de quinze séculos mais tarde, em 1447, Johann Gutemberg, inventa a prensa, inaugurando assim a era das publicações em grande tiragem e posteriormente o desenvolvimento dos jornais modernos e ao longo do tempo este foi ganhando formato, cores, tiragem diária, semanal, quinzenal, mensal, bimestral e até semestral.


Conforme o jornal impresso crescia e se consolidava novas mídias foram surgindo como o rádio, a televisão, as revistas e com isso, as especulações de que o jornal impresso estaria com seus dias contados.


Apesar das especulações, o jornal impresso mostrou-se capaz de sobreviver a estas mídias e procurou inovar para continuar sobrevivendo, mas em meados da década de 1990 com a popularização da Internet e com ela uma nova mídia chamada de jornalismo digital ou jornalismo online. Neste tipo de jornailismo, as noticias passaram a ser passadas às pessoas conforme o ocorrido de forma instantânea, assim como no rádio e na televisão, fazendo voltar à especulação de que se o jornal impresso sobreviveria a esta nova mídia.


Ao analisar as vantagens e desvantagens tanto do jornal impresso como as do jornal digital, pode se ver que há uma diferença questionável entre ambos. “A principal vantagem da Internet é a comodidade. Você não precisa sair de onde está, seleciona só o que gosta ou deseja ler, e depois sai do site. O jornal impresso tem o desconforto da leitura, de ter que ir à sua busca, etc. o futuro do jornal impresso é mesmo o de desaparecer. No futuro tudo será digitalizado”, diz o jornalista Onofre Ribeiro.


Com o crescimento das empresas de comunicação multimídia e a velocidade estrondosa proposta pela Internet, mudanças ocorridas no conteúdo das matérias e na distribuição da notícia acabaram interferindo no trabalho dos jornalistas, pois com a velocidade com que a informação deve publicada nos sites, o profissional acaba não tendo o tempo necessário para apurar a notícia como é feito em um jornal impresso.


Com o surgimento da multimídia nos últimos anos, muita coisa mudou no velho jornal impresso, as notícias começaram a ser entregues atrasadas, o tempo e a forma de apuração da notícia mudaram, funções foram extintas, houve reagrupamento e redistribuição de cargos. Hoje, um repórter tem que se desdobrar em várias funções, é ele quem na maioria das vezes faz as fotos, é ele quem titula, escreve e em alguns casos edita sua própria matéria, prática que antes era distribuída para distintos funcionários. O repórter há alguns anos atrás só escrevia e apurava a notícia, quem titulava e editava eram os editores.

INCERTEZA - Parte 2

Para alguns editores de jornais, tanto impresso como o digital, não quer dizer que isso pode acontecer realmente, pois alguns acreditam que o jornal impresso não corre o risco algum de deixar de existir. Tanto Marcos Coutinho (editor do site de notícias Olhar Direto) quanto Gustavo de Oliveira (redator chefe do jornal Diário de Cuiabá) acreditam que o jornal impresso não corra o risco de deixar de existir por causa do avanço da Internet no jornalismo, pois ainda existe uma geração que continua “apegada ao velho sistema de notícias”, conforme Marcos Coutinho.

De uma coisa pode-se ter certeza, a procura por sites de notícias vem crescendo a cada dia. “O Olhar Direto, por exemplo, tem pouco mais de cinco anos e já tem mais de um milhão de acessos mensais. No começo, o número de acessos variava entre 45 e 60 mil acessos”, diz Marcos Coutinho.

Já o Diário de Cuiabá, de acordo com Gustavo de Oliveira, foi o primeiro jornal impresso a ter a sua versão online a partir de 1997 e que desde então obtiveram um aumento, ao longo do tempo, de menos de quatro mil acessos acessos/dia para mais de 80 mil acessos/dia.

Por outro lado, o jornalista Onofre Ribeiro acredita que não existem estatísticas confiáveis a respeito. “Mas que é certo que as pessoas estão lendo mais notícias na Internet”, diz. O jornalista ainda completa – “Pode se dizer que a Internet está democratizando mais as informações e permitindo acessos ilimitados a temas ilimitados. As assinaturas de alguns jornais já são feitas para leitura na Internet. Este será o futuro”.

Um bom exemplo do que Onofre está querendo dizer é o jornal A Gazeta, no qual para se ler as notícias que fazem parte do impresso, é necessário que o internauta seja cadastrado no site do jornal.

O que se sabe ao certo é que o Jornal Impresso ainda existe e está longe de deixar de fazer parte da vida das pessoas. Segundo Gustavo de Oliveira o jornal Diário de Cuiabá vem se mantendo estável nos últimos anos.

Atualmente, a maioria dos Jornais Impressos possuem uma página na Web que é atualizada a cada minuto, coisa que no Jornal Impresso não acontece.

Além da versão digital, que pode-se hoje nos sites pode-se encontrar também a versão impressa em sites de relacionamento, mais precisamente o Orkut. Alguns jornais, principalmente os do interior e os pequenos com tiragens semanais ou quinzenais, estão adotando o site de relacionamento como uma forma de atrair os leitores, principalmente os jovens que muito pouco hoje lêem o jornal impresso colocando desta maneira em seu álbum as páginas do jornal diagramado no formato JPEG.

A exemplo deste novo modelo de jornalismo podemos citar o jornal “É Notícia”, que possui versões impressa, digital e no Orkut. O diretor do jornal Leonardo Arruda conta que o “É Notícia” é distribuído em Cuiabá, Várzea Grande, Poconé, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio do Leverger.

“Bom, a idéia do site é complementar o jornal impresso, dando mais abrangência no que se diz notícia então buscamos este mecanismo. O motivo de aderirmos o site é buscar mais instantânedade nas matérias, analisando que o jornal impresso não te dá essa oportunidade de noticia em tempo real por isso buscamos ter essa dinâmica. Mais o jornal impresso sim temos. Montar um jornal no Orkut é buscar caminhos para relacionar o leitor ao jornal impresso dentro de um site de relacionamento é ter essa dinâmica, e buscamos sempre aumentar o leque de leitores então pensamos buscar mais leitores de diversas áreas, e tem o público jovem que gosta e se relaciona pelo Orkut se tem um site de relacionamento, porque não aderir essa idéia e nos relacionar com esses jovem, velhos e crianças então a finalidade é essa relacionar o jornal em uma comunidade de jornalista pessoas autônomas e até empresário. A versão impressa do jornal na integra muita gente não leu o jornal impresso mais se perguntarmos se a pessoa conhece logo muitos que não leriam de maneira normal responderão sim aquele do Orkut onde chamou até sua atenção. Mundo digital ou você trabalha com ela ou você fica pra trás”, conta o diretor Jornal É Notícia, Leonardo Arruda.

INCERTEZA - Parte 3

O que os jornalistas acham sobre o assunto


Com exceção do jornalista Onofre Ribeiro, citado anteriormente, o restante dos profissionais da área de jornalismo de Cuiabá entrevistados, no Estado de Mato Grosso, acreditam que o Jornal Impresso não irá se extinguir e sim apenas diminuir como está ocorrendo hoje.

“Não acredito que o crescimento do jornalismo digital irá promover a extinção do jornal impresso. Creio, no entanto, que a tendência é de que o digital cresça cada vez mais e que o impresso tenha uma considerável diminuição. O jornalismo digital é mais dinâmico e permite a convergência de outras mídias, como áudio e vídeo. É instantâneo. O impresso não é dinâmico e é perecível. Os poucos jornais impressos que sobreviverão, no meu entender, terão que se reinventar, passar por um processo de modernização. É inadmissível que jornais impressos publiquem, no dia seguinte, reportagens que saíram um dia antes nos sites de notícia. Vão perder leitores e anunciantes. E isto já vem ocorrendo, diga-se de passagem”, diz o editor do site TVCA Mato Grosso, Marcy Monteiro.

Mas a quem ainda fique na dúvida como a jornalista Catarine Piccioni, do site de notícias mato-grossense “Olhar Direto”.“Não tenho condições de responder "sim" ou "não" porque não tenho uma bola de cristal. Creio que há a necessidade de repensar a produção e o modo de produção do jornalismo impresso e do próprio online. O papel do online não é simplesmente complementar edições impressas. O problema é que o impresso não tem ido "além". Não há transcendência”, explica a repórter do site Olhar Direto, Catarine Piccioni.

Para o repórter político do portal 24 Horas News, Valdemir Roberto Campos, o que está levando os Jornais Impressos a esta diminuição é a má administração de seus donos e também a falta de inovação. “Eu sou formado em administração e o que eu aprendi de administração que você nunca pode tirar 100% do que você tem na empresa porque você vai quebrar. Eu já tive uma loja de informática e pra você usufruir dos bens dela você tem que tirar pelo menos uns três anos de serviços prestados com ela pra você começar a adquirir alguma coisa com ela, começar a ganhar daquilo que você tem. Um pouco eu acredito que seja a má administração de alguns empresários. Você pode notar que a administração da Folha do Estado é de uma maneira, a da Gazeta é outra e do Diário de Cuiabá é uma outra maneira e você pode ver alguns jornais de pequenos portes como os pequenos semanários, quinzenais, os empresários sabem administrar, sabem controlar aquele ganho dele, da empresa dele sem ter aquele problema de ‘tô com dificuldade de rodar o meu jornal, de recortar’. Então eu acredito que seja a má administração de alguns proprietários de jornais. Eu acredito que seria isso”.
Para os jornalistas de Mato Grosso o que deveria ser feito para que o jornal impresso não venha a diminuir ou até mesmo se extinguir é inovar o modo como fazem o jornal, como inovar seu layout, o papel onde é impresso pelo fato de soltar tinta na mão do leitor, entre outros.

Para a jornalista Viviane Saggin Stragliotto, analista de comunicação da Rede Cemat, “A qualidade dos produtos jornalísticos vem caindo muito. Matérias com pouca apuração, manchetes que fogem ao padrão dos jornais tradicionais são cada vez mais comuns. As redações tendem a ficar mais enxutas e com equipe não tão boas. É difícil fazer uma apuração de qualidade como antes. Os jornalistas atualmente trabalham com uma carga de trabalho muito grande, o que dificulta que a qualidade e a credibilidade de um veículo sejam mantidas. Acredito que os veículos precisam acompanhar a evolução, inovando em seu formato, para que continuem atraentes para seus leitores, sem perder a qualidade jornalística. O ideal seria que cada meio complementasse o outro, com isso todos ganhariam muito”.

THALITA REBOUÇAS - Parte 1

“Comecei a bater palmas, a fazer polichinelo...”

VIVIANE PETROLI

Em entrevista realizada via e-mail com a autora Thalita Rebouças, pelo fato desta encontrar-se em Portugal “batalhando”, como ela própria disse, pela carreira, pois quer lançar seus livros no país, ela diz se considerar fofa.


Carioca da gema, fluminense, teimosa, abracenta, sorridente, escorpiana de 10 de novembro de 1974, Thalita se considera uma pessoa empolgada e chata durante a TPM, além de chorona a ponto de chorar em comercial de detergente. Portelense e alucinada por brigadeiro de comer na colher e por sambas e marchinhas de carnaval, Thalita largou o curso de direito no segundo ano e resolveu fazer jornalismo. Desde o primeiro dia de aula se apaixonou pela profissão e viu que era aquilo que realmente queria.

“As duas coisas que mais gosto de fazer é falar e escrever. E é isso que jornalista faz todos os dias. Mas, trabalhando em jornalismo, eu só podia escrever os fatos. Senti falta de inventar histórias. Hoje me orgulho muito de dizer que sou escritora”, conta Thalita que hoje além de escrever seus livros escreve a coluna Fala Sério na revista Atrevida. Thalita conta ainda que não tem intensão de escrever um livro voltado para o público adulto.

Confira a seguir a entrevista com Thalita Rebouças falando sobre sua carreira como escritora, seus livros e as palhaçadas que chegou a fazer para chamar a atenção das pessoas durante sua primeira Bienal do Livro, em 2001, no Rio de Janeiro.

FSM - Quando começou a escrever livros?
TR - Carlos, o meu marido, já havia lançado dois livros. E surgiu a idéia de escrevermos um livro juntos (Um caso de cativeiro, já esgotado). A editora gostou e pediu que eu escrevesse um sozinha, o Traição.

FSM - Quando lançou o seu 1º Livro "Traição entre amigas" e porque decidiu escrevê-lo?
TR - Escrevi o Traição a pedido da editora. Eles queriam um livro para jovens mulheres, entre 18 e 21 anos. Mas quem amou foi a galera de 15, 16. Sempre diziam "Cara, seu livro é irado! Não para de escrever pra gente não!". Acabei sendo adotada pelos adolescentes e amei isso. Aí comecei a focar meu trabalho nessa galera. E eu aaaaaaamo!

FSM - Como foi participar da Bienal do Livro de 2001, no Rio de Janeiro apresentando para os que lá estavam o seu livro "Traição entre Amigas"?
TR - Fui convidada pela Ao Livro Técnico (que editou os meus dois primeiros livros) para passar uma tarde na Bienal do Livro de 2001, aqui no Rio, autografando oTraição entre Amigas. Lá fui eu, toda serelepe. Durante 20 minutos vi passar na frente da minha mesinha um monte de gente, mas ninguém me dava bola. Percebi logo que se eu ficasse ali sentada esperando meus queridos futuros leitores eles simplesmente não viriam. Vários autores consagrados estavam presentes, como eu poderia competir com eles? Se eu quisesse vender livros teria que inventar uma forma de chamar a atenção, de aparecer, de me destacar. E rápido. Como eu tenho na bagagem alguns anos de teatro, pagar mico em público não é nenhum problema para mim. Então vamos lá! Comecei a bater palmas, a fazer polichinelo, a brincar com quem passava na frente do estande e a anunciar o livro em altos brados, como um vendedor empolgado com seu produto. Logo juntou gente ao meu redor, rindo e escutando e o livro passou a vender como água no deserto. Não parei de autografar um só segundo. Ao fim da tarde, a editora me convidou para voltar dois outros dias. Voltei e as vendas foram excelente. A Bienal acabou, mas aprendi a lição.

THALITA REBOUÇAS - Parte 2

FSM - E a divulgação nas livrarias como foi?
TR - Eu resolvi pedir a alguns gerentes de livraria pra ficar lá vendendo meus livros. No começo, todo mundo estranhou "Mas como assim? Você quer ser funcionária da livraria?". E eu explicava que não, que queria vender só o meu peixe mesmo. Meio sem entender, eles deixavam. Eu passava o sábado inteiro na Siciliano, na Saraiva e ficava abordando as pessoas pra falar do meu livro.Tipo "Oi! Posso falar com você um minuto? Eu escrevi esse livro aqui. Não é porque é meu não, mas é um espetáculo!" E acho que foi esse trabalho de formiguinha que me ajudou a chegar onde estou hoje.

FSM - Mundando de saco pra mala. O que é a coleção "Fala Sério"? É impressão minha ou a Maria de Lourdes vem a ser na verdade Thalita Rebouças?
TR - São livros de crônicas, que fica mais fácil pra quem não tem o hábito da leitura. Contam a história da Maria de Lourdes desde pequena até 21 anos. Suas relações em casa, na escola e com os amores, sempre em textos recheados de humor. A Malu tem muito de mim, como todos os meus personagens. Mas não sou eu não.

FSM - Quais as outras formas mirabolantes, loucas, que você já fez para vender seus livros, além das polichinelo, bateção de palma e gritaria que fizestes na Bienal do Livro em 2001, no Rio de Janeiro?
TR - Acho que isso de ficar convencendo as pessoas nas livrarias a comprar os meus livros é bem maluquete e diferente. Normalmente, escritor é tímido, quietinho. Tipo eu , sabe? :)

FSM - O que você acha de ser considerada uma escritora animada, doida, diferente dos outros escritores?
TR - O pessoal me chama de bagunceira e animada porque quando comecei a escrever, oito anos atrás, eu fazia uma zona danada nas bienais da vida para divulgar o meu trabalho. Abordava as pessoas na maior cara-de-pau, usava peruca, apito, batia palmas... Tudo para vender meu peixe, quer dizer, meus livros. Assim, convenci muita gente a conhecer meu texto e consegui realizar meu sonho de viver de literatura. Hoje, eu me orgulho muito de ter um monte de leitores espalhados pelo Brasil.

FSM - Qual a finalidade dos beijinhos nos livros e porque você beija os livros?
TR - Tudo começou na Bienal do Rio de 2001, numa tarde de autógrafos. Uma fila de meninas se formara, todas com livrinho na mão esperando a hora de pegar a minha assinatura. De repente, uma delas pediu, do nada: — Beija aqui? — disse, apontando para o livro — Mas beija com marquinha! Achei uma graça aquele pedido inesperado e obedeci feliz. E meu autógrafo ficou tãããão fofo com aquela marquinha de boca sob o meu nome! Depois dela, simplesmente todas as meninas da fila pediram a mesma coisa. E eu fiquei muito amarradona ao ver o carinho com que elas cuidavam do meu beijo. Abanavam a marquinha, assopravam, nem fechavam o livro. Tudo para que meu beijo não borrasse. Não é fofo, fofo, fofo? Desde esse dia eu não dei um autógrafo sequer sem beijo. Se não tem beijo, não é meu autógrafo! É falsificado! Piratão! :o)

Confira a seguir os livros lançados até o momento pela escritora Thalita Rebouças:
Traição entre amigas
Uma fada veio me visitar
Tudo por um feriado
Tudo por um namorado
Tudo por um Pop Star
Fala Sério, Amor!
Fala Sério, Professor!
Fala Sério, Mãe!
Fala Sério, Amiga!




*Fotos Blog Thalita Rebouças

DISPUTA

Leitores preferem digital ao invés de impresso

Público entre 17 e 49 anos prefere ler cada vez mais as notícias do dia-a-dia na Internet do que no jornal impresso, entre os motivos encontram-se a instantaneidade e o comodismo

VIVIANE PETROLI

Em pesquisa realizada para o Trabalho de Conclusão de Curso I com acadêmicos e professores de diversos cursos da Universidade de Cuiabá (Unic), para saber destes o que achavam que precisaria ser mudado no jornal impresso e no digital. Além de saber a preferência entre os dois e outros meios, apesar da maioria preferir ver as noticias na Internet, 64% dos leitores acreditam que o Jornal Impresso não venha a se extinguir.


Ao ser perguntado para cada entrevistado se estes acreditavam que o Jornal Impresso possa vir a se extinguir com o crescimento do Jornal Digital 32 (64%) acreditam que o Jornal Impresso não deixe de existir pelo fato de ainda existirem pessoas que gostam de lê-lo ainda, principalmente aquelas pessoas que são de mais idade, e que se não acabou até hoje não acabará. 16 dos entrevistados pensam ao contrário, pensam que o Jornal Impresso irá se extinguir por conta das mudanças da tecnologia, da globalização e pelo fato das pessoas hoje estarem passando mais tempo em frente ao computador. Já duas pessoas (4%) ficaram em dúvida quanto ao assunto.


Ao todo foram 50 entrevistados, onde 23 (46%) entrevistados optaram pelo Jornal Digital, 14 (28%) preferem outros meios como a Televisão, o Rádio e a Revista, 10 (20%) preferem ver as notícias tanto no Jornal Impresso quanto no Jornal Digital e três (6%) preferem o Jornal Impresso. Vale ressaltar que a maioria das pessoas que disseram preferir outros meios de saber o que acontece ao seu redor eram acadêmicos e professores dos cursos de medicina, enfermagem, odontologia, medicina veterinária, farmácia, direito e fisioterapia, enquanto que jornalismo, moda e alguns dos cursos já citados como o direito preferiram as outras opções.


Embora a maioria dos entrevistados serem jovens, ou seja, 39 apenas quatro (8%) responderam que falta no Jornal Impresso um caderno voltado para eles ou por faixa etária. 10 (20%) acham que o Jornal Impresso deveria conter menos propagandas e mais notícias, seis (12%) acham que deveria ter notícias menores e de fácil entendimento, 23 (46%) acham que faltam notícias mais apuradas, com maior investigação e apresentação de antecedentes e conseqüência dos fatos e somente sete (14%) acham que não precisa mudar nada.


Destes 50 entrevistados 20 (40%) acham que o papel do Jornal Impresso deveria ser menor, pois muitos se atrapalham ao lê-lo, 19 (38%) acham que o papel deveria ter uma qualidade melhor para não soltar tinta, desta forma para não sujar suas mãos ao ler. Seis (12%) acham que o Jornal Impresso deveria vir com mais imagens, fotografias e infográficos, três (6%) acham que deveriam ocorrer mudanças nas fontes (letras) das notícias no tamanho ou do tipo e apenas duas (4%) pessoas acham que nada precisa ser mudado no Jornal Impresso.


Em relação ao que precisa ser mudado no Jornal Digital 14 (28%) entrevistados acreditam que os textos do Jornal Digital devem ser mais claros e objetivos, seis (12%) acreditam que o layout deve ser mais simples, quatro (8%) que a letra deve ser maior, dois (4%) acham que deve ter mais fotos em matérias, quatro (8%) acham que as matérias devem ser mais curtas e 20 (40%) acham que não precisa mudar nada.

Confira a seguir a pesquisa através dos gráficos:


ARTIGO

Um ritmo quase esquecido


VIVIANE PETROLI

Você já ouviu esta música “Milho torradinho socado, canela açucarada...” ou esta “Engenho novo estremecer... a canoa virou e tornou a revirar...”? Não? Uma vez? Escutou, mas há muito tempo? Sabe por que quase não escutamos estas músicas?


Atualmente, ouvimos muito nas rádios ritmos musicais totalmente diferente do que ouvíamos alguns anos atrás. Hoje escutamos nas emissoras de rádio ritmos como o axé, o funk, o pagode, o rock, o sertanejo (da cidade), o pop, o forró e muito, mais muito pouco da musical regional. As músicas, no início citadas, são alguns sucessos do rasqueado cuiabano.

O rasqueado cuiabano antigamente era um ritmo que tocava bastante nas rádios e também na televisão, mas conforme o cenário fonográfico foi crescendo o rasqueado foi ficando para trás.

Hoje, ainda vemos cantores como Henrique, Claudinho, Pescuma e João Eloy na mídia regional, mas muito pouco. O cantor João Eloy podemos ver com mais freqüência, aos sábados de manhã, apresentando seu programa Varanda Pantaneira na TV Rondon Canal 5 (filial da Rede TV), ou nas rádios Cultura de Cuiabá AM 710KHZ e Cuiabana FM 95,9.

Se perguntarmos hoje para as pessoas o que é o rasqueado, algumas responderão que não sabem o que quer dizer ou responderão algo que tem nada a ver.

O rasqueado quer dizer “arrastar as unhas ou um só polegar sobre as cordas, sem pontear”. Em Mato Grosso, o rasqueado cuiabano nos traz, em sua trajetória uma história que começou após o fim da Guerra do Paraguai, quando os prisioneiros ficavam confinados à margem do Rio Cuiabá. Após este conflito, os prisioneiros paraguaios não quiseram voltar ao seu país de origem, permanecendo então aqui e espalhando-se ao longo do Rio Cuiabá interagindo com a vida dos ribeirinhos.

Essa tradição que foi construída nas regiões ribeirinhas foi sendo transmitida de geração a geração e hoje podemos vê-la através das festas de Santos.

Será que algum dia veremos novamente na mídia, com força total, o que este ritmo histórico significa para os mato-grossenses?

VANGUART

De Cuiabá para o Brasil

Banda cuiabana concorre pela terceira vez na categoria Revelação no VMB 2008 e ainda foi uma das principais atrações do Setembro Freire

VIVIANE PETROLI


Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Sob influência de artistas do folk rock, do blues e rock clássico, como Bob Dylan, The Beatles, Neil Young, Johnny Cash, The Velvet Underground e The Beach Boys, a Banda Vanguart surgiu em 2003 em Cuiabá formada por cinco jovens que hoje não só conseguiram fazer com que o grupo fosse conhecido em Mato Grosso, mas também no Brasil.

Formada por Hélio Flanders, Reginaldo Lincoln, David Dafré, Douglas Godoy e Luiz Lazzaroto, a banda Vanguart teve seu nome retirado de um vídeo que falava sobre Andy Warhol que no qual havia um ato solo que Hélio praticava. Hélio, que tudo o que tocava e cantava, guardava em seu computador todas as canções e em 2003, antes de ir para a Bolívia, gravou dois disco, Ready To... e The Noon Moon, que foram distribuídos entre familiares e amigos.

Em 2005, já era uma banda definitivamente constituída, o Vanguart lançou seu terceiro EP, que segundo Hélio, vem a ser um disco de quatro a oito músicas gravadas, cujo nome era Before Vallegrand.

“Quando o disco não tem o número suficiente de canções para ser um LP, long play, e número maior de três, que seria considerado um single, chamamos de EP”, explica Hélio Flanders que é o vocalista e fundador do Vanguart.

Ainda em 2005, com sua sonoridade já definida, o grupo começou a participar de festivais de música independentes, como o Festival Calango realizado em Mato Grosso. No ano seguinte, a banda lança o single Semáforo que virou sucesso no mercado da música independente no Brasil. Ao final de 2006. os vangs (como são conhecidos) entraram em estúdio para gravar o primeiro álbum que levou o nome de Vanguart. Este álbum foi lançado em julho de 2007, pela selo Outracoisa do cantor Lobão, que em como prática a difusão da música independente no Brasil.

Com músicas cantadas em português, inglês e espanhol, a banda Vanguart em 2007 ganhou definitivamente o cenário nacional. Ao participarem do programa Som Brasil, da Rede Globo, em um especial de homenagem ao cantor Raul Seixas junto com outros cantores e grupos, o Vanguart obteve repercussão nacional. “Foi um momento muito feliz para nós. Sempre fomos fãs do Raul, e estrear na Globo tocando canções dele foi muito especial. E foi bacana porque também dividimos o palco com uma grande influência, o Lobão”, conta Helio.

Helio conta ainda que estar realizando shows em outros estados tem sido muito interessante e que no início, as pessoas se surpreendiam pelo fato de serem uma banda de Cuiabá. Ele ainda diz que acredita que junto com os integrantes da banda já conseguiu quebrar algumas barreiras.

“Nosso público é bem fiel e o melhor de tudo é que não viemos de uma moda ou uma tendência, então eles tendem a ser mais duradouros. O bacana é ver que as pessoas de todas as idades gostam do som. Em nossos shows sempre pedem que toquemos ‘Semáforo’, nosso último clipe, e Raul, né? Depois do especial da Globo não deixaram mais a gente em paz”, diz.

VMB e Setembro Freire
A Vanguart disputou em 2008 pela terceira vez do Vídeo Music Brasil (VMB) da MTV brasileira, na categoria Revelação, concorrendo com artistas de peso que estão em início de carreira, como Mallu Magalhães, Ponto de Equilíbrio, Roberta Sá e Strike. Para a banda participar do VMB 2008 é muito importante, pois mostra o quão reconhecidos estão. “É muito importante ser reconhecido, e ficamos contentes de ver que isso continua acontecendo cada vez mais. Só a indicação foi uma vitória”, conta Hélio.

No mês de setembro a banda Vanguart esteve de volta à Cuiabá para participar do Circuito Cultural Setembro Freire, onde o poeta Silva Freire foi homenageado pelos seus 80 anos de nascimento. Hélio diz tersido uma alegria muito grande estar de volta à capital mato-grossense principalmente para homenagear alguém como Silva Freire. “Tive acesso aos livros dele e hoje posso dizer que sou fortemente influenciado pela maneira de ver as coisas de Freire”, comenta.

CD e DVD
Com relação à gravação de um novo CD e a de um DVD, Hélio diz que em breve pretendem sim gravar. “Lançaremos um EP virtual em setembro com canções inéditas, pois o público está pedindo material novo. Disco completo só ano que vem mesmo, mas já estamos trabalhando nisso. DVD devemos gravar em breve e com participações especiais”.

*Foto Vanguart - Enrico Porro

NAMORO

Amor cibernético: ilusão ou desilusão?

Com a chegada da Internet e com ela os chats, salas de bate-papo, MSN e ORKUT, chegam as relações virtuais

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Ela tem 23 anos, ele 24. Ela mora em Várzea Grande (MT), ele em Belo Horizonte (MG). Eles nunca se viram e o tempo de relacionamento já alcança a marca de quase cinco meses. Ela o conhece através de fotos no Orkut e pelo sistema de mensagens instantâneas (MSN), já ele nunca viu seu rosto. Segundo a jovem que não quis ter seu nome revelado, pelo fato de que somente sua mãe e seu irmão sabem deste relacionamento, até o momento não mostrou sua foto para o rapaz saber como ela é, por receio, bem como não revelou seu nome verdadeiro.


“Uso um pseudônimo, pois nunca tive um relacionamento assim. Conhecemo-nos através de um Chat de uma rádio, ao qual meu irmão fazia parte. Aos poucos fui interagindo neste Chat, conhecendo as pessoas e ele. Todos lá me conhecem por este pseudônimo. Sei que um dia ele vai poder acabar descobrindo que menti meu nome, mas terei boas razões para lhe explicar o porquê”, diz a jovem que tomou esta decisão pelo fato de saber como é o universo na Internet.

A jovem ainda conta que está sendo uma experiência boa para ela. Afirma que, através do namoro virtual, pode sentir aquilo que não conseguia sentir com nenhum de seus namorados. Segundo ela, recebe mais atenção, mais carinho, companheirismo e, principalmente, se sente amada, mesmo que o rapaz não saiba seu verdadeiro nome e nem saiba como ela é fisicamente.
Assim como a jovem, muitas outras pessoas procuram na Internet, alguém que as complete.

Outro exemplo, que pode ser citado, é que não existe idade para começar a se ter um relacionamento na Internet. Maria Dulce de Oliveira, 40 anos, está se sentindo nas nuvens, pois em seus relacionamentos anteriores sofrera desilusões. “Namoro, sim, na Internet e não tenho vergonha de dizer. Pelos menos estou me sentindo amada e encontrei alguém que gosta das mesmas coisas que eu. Estamos há um mês juntos e todos da minha família sabem e ninguém diz nada, porque todos acham legal e gostam de me ver feliz e também gostam dele”, conta. Maria Dulce, que conhece o namorado pela Internet, mas neste caso, um sabe o nome verdadeiro do outro e, segundo ela, não há receios em falar a verdade. Os dois ainda não se conhecem pessoalmente e nem sabem se é o caso de se conhecerem, pois se ela quer mesmo um namorado, ela encontra em sua cidade. “Na real, ele e eu nos damos muito bem e é muito cedo para se falar em se encontrar. Se for o caso, mais tarde, ai, sim, só o tempo poderá dizer. Acho legal que seja assim”, diz Maria Dulce que conversa com seu namorado virtual todos os dias, através dos programas de mensagem instantânea.


Para Maria Dulce a experiência está sendo muito legal, diferente e até engraçada, pois até ciúmes um do outro sentem. “A gente tem ciúmes um do outro. Mas esse tipo de relacionamento tem seu lado ruim. Não tem beijo na boca, nem mãos dadas, romance ‘tete a tete’, portanto não tem tato, cheiro, os carinhos e entre outras coisas ao qual sinto falta, mesmo assim eu gosto”.

Maria Dulce garante que fazem muitas atividades juntos, por mais que falem somente pela Internet. Ela conta que pensam juntos, que falam sobre suas orquídeas, uma vez que ambos cultivam as flores e de outras plantinhas, que gostam de trocar figurinha direto sobre isso. “Fico feliz quando ele me conta que suas plantinhas brotaram em pleno inverno. Nosso relacionamento é muito engraçado. Começou assim, ele me observou por muitos dias no Chat ao qual participamos e acabou me procurando para me adicionar no MSN. Depois conversamos muito como amigos. As afinidades surgiram a ponto de trocarmos muitos trabalhos juntos, então passamos a ter mais afinidade, além das conversas terem ficado mais legais. Um dia ele me pediu em namoro. No início, achei estranho, mas topei porque nunca tinha tido uma experiência dessas e estávamos nos falando todos os dias, na hora do almoço e à noite quando ele chega do trabalho. Não sei no que vai dar, mas só sei que enquanto estiver bom, estarei com ele, mas se começar a pressionar, eu desligo ele dos meus contatos e pronto”, explica Maria Dulce. Ela ainda diz que a diferença de se namorar pela Internet e ao vivo e a cores, é que no mundo cibernético que as pessoas se escondem por medo de tudo.

Apesar do suprimento de carinho, o levantamento de auto-estima da pessoa, entre outras coisas, o namoro pela Internet, às vezes, pode não trazer tanta sorte para a pessoa e fazê-la se arriscar.

Recentemente, uma jovem de 16 anos, em Portugal, fugiu de casa para se encontrar com o namorado de 18 anos que havia conhecido pela Internet. A jovem portuguesa saiu de madrugada, sem que os familiares percebessem, segundo o jornal IOL Diário em Portugal, mas ao chegar no local combinado deparou-se com uma armadilha preparada pelo namorado virtual e pelo dono de um ‘cyber’ café, de 33 anos, onde os dois a obrigaram a ter relações sexuais com eles.

Perigo iminente
Mas a pergunta é: namoro pela Internet é realmente perigoso, uma vez que há casos onde os relacionamentos acabaram dando certo fora da Internet? Para a psicóloga Maria da Consolação Pereira Domingues, o namoro pela Internet depende da pessoa, além de ser uma saída para pessoas mais retraídas e para aquelas que hoje já se encontram na casa dos 40-50 anos, até por ser uma experiência interessante entrar em sites de relacionamento.


“Para pessoas que não têm paciência para sair à noite, também é uma saída procurar estes sites. Tem pacientes que chegaram a falar que encontraram homens que só queriam saber de sexo e que também encontraram homens que queriam algo mais sério e concreto. Tem pessoas que se inscrevem nestes sites para namorar mesmo, outras por causa do sexo e, geralmente, estes são os casados e também para sair apenas uma vez”, diz Maria.

Conforme a psicóloga, esta é uma forma mais fácil que as pessoas encontraram para se relacionar com outras, principalmente para aquelas que chegam cansadas do trabalho à noite e não têm dinheiro para gastar com ida a barzinhos entre outros lugares. “A Internet você faz pagamento mensal e usa quantas vezes quiser. Os sites de namoro, alguns, também você paga uma taxa mensal que não é cara. Hoje você sai numa única noite para ir a um barzinho e gasta mais do que a Internet e a taxa do site juntos”, conta.

Com relação ao lado perigoso deste tipo de relacionamento, a psicóloga disse que este existe, sim e que muitas vezes podem machucar com desilusão. A psicóloga afirma que os pontos negativos deste tipo de relacionamento são os riscos de se expor, de se relacionar com a pessoa e ao conhecê-la, pessoalmente, percebe que esta é o oposto do que era na Internet e tem a questão da pedofilia também.

“A Internet é um prato cheio para psicopatas, apesar de ela ter seus lados bons. Até na Internet pode ocorrer a ilusão e a desilusão. Com relação à perversidade ao vivo e a cores, é mais fácil de se identificar, já que na Internet a pessoa não tem como saber, mas há caso que não existe isso, em que a pessoa que está do outro lado é realmente como na Internet. Tem gente que chega a usar outro nome e não fala a verdade sobre si com medo de se expor também”, explica.

Lan House é uma das saídas para aqueles que não têm Internet em casa
Para aquelas pessoas que não possuem Internet em casa ou viajam constantemente, como motoristas de ônibus, caminhões ou que viajam a negócios, acabam sempre procurando uma Lan House para estar se comunicando com amigos e familiares.


De acordo com Agnaldo Silva Almeida, funcionário de uma Lan House, em Cuiabá, existe sim pessoas que procuram a Lan House para conversar com namorados virtuais ou entrar em sites de relacionamento. “As pessoas não veem até as Lan Houses só para abrir e-mail, conversar no MSN, para trabalhar, veem para várias coisas e uma delas é namorar também, pois têm pessoas que são casadas, mas estão longe uma das outras por conta de trabalho e então conversam através da Internet. Há casos que já vi acontecer de chegar a dar em casamento o relacionamento que começou pela Internet e hoje têm até filhos”, conta Agnaldo.
Agnaldo ainda diz que a Internet pode tanto juntar e ajudar casais, como também acabar com os relacionamentos e, um exemplo disto, é o site de relacionamento Orkut, onde já pode ouvir vários casos de rompimento, causados por ciúmes.

ARTIGO

Mídia brasileira, mídia mato-grossense



VIVIANE PETROLI



Cada Estado brasileiro possui veículos de comunicação diferentes. Cada um utiliza sua comunicação de modo diferente. Há veículos que dividem suas notícias entre cidade grande e interior e há veículos que nem dividem, ou seja, ou é só notícia da capital ou só do interior que aborda cidades.

Mato Grosso é um destes Estados. É muito difícil pegarmos no interior uma notícia que fale da capital, assim como se pegarmos os veículos pequenos da capital que não citam o interior.

Até mesmo com o crescimento gradativo de sites e blogs jornalísticos é assim.


Vivemos num país onde se tal notícia não serve para tal veículo, muito dificilmente interessará ao concorrente, pois a concorrência domina o mercado, principalmente nos jornais.

Se pegarmos os três maiores jornais de Mato Grosso pode-se perceber que não há dia em que a manchete principal da capa não é a mesma, assim como a maioria das outras notícias.

Mato Grosso por ser um Estado rico, só fica para trás de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais e Rio Grande do Sul (Estados pólos do país) quando os assuntos são os veículos de comunicação pelo simples fato de muito pouco investimento existir por parte do Governo e dos empresários. O Estado possui profissionais na área que podem ser igualados aos grandes profissionais que atuam numa Folha de S. Paulo, numa Zero Hora ou Correio Brasiliense, por exemplo, mas, infelizmente, estes não recebem seu devido valor.

Mato Grosso precisa acordar, precisa investir para ter uma imprensa, uma mídia que possa algum dia ser reconhecida fora do Estado e quem sabe no exterior.

31 de outubro de 2008

ERECOM

Evento reúne estudantes de comunicação do Centro-Oeste

Após ser realizado nos outros Estados da região Centro-Oeste chega a vez de Cuiabá sediar o Erecom

VIVIANE PETROLI
Fala Sério Mix

Com o objetivo de conseguir reunir estudantes de Comunicação Social da Região Centro-Oeste para discutir a comunicação e em buscar uma solução para melhorá-la, bem como também reorganizar a Executiva da região e mostrar aos estudantes da área que a mesma existe, o Encontro Regional de Estudantes de Comunicação Social 2008 (Erecom) será realizado entre os dias 20, 21 e 22 de novembro no Centro de Formação Política Olga Benário (15Km do Trevo do Lagarto).

De acordo com Mariana Freitas, da Comissão Organizadora do Erecom Cuiabá, o evento é realizado todos os anos na região Centro-Oeste. Maria conta ainda que o encontro é vinculado à Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), onde a programação do Erecom e seus eixos temáticos estão ligados ao Encontro Nacional e às bandeiras da Executiva.

“Como eu disse, este encontro acontece todo ano. O primeiro encontro nacional foi em 1979 e os regionais são mais recentes, mas há algum tempo estes encontros são realizados. A idéia de trazer para Cuiabá foi da antiga gestão do Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFMT, mas por problemas internos eles não conseguiram fazê-lo. A nova gestão se comprometeu com os outros estados em tentar realizá-lo e estamos aqui...”, conta Mariana. Além da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) , a Universidade de Cuiabá (Unic) também participa da Comissão Organizadora do Erecom 2008, sendo cinco estudantes de cada instituição.

Participações
Mariana conta que em relação à participação de professores no Erecom estes estão ajudando no que podem, mas que os encontros da Executiva são realizados normalmente de estudantes para estudantes.

No Erecom 2008 estão participando as Universidades UFMT, Unic, IVE e Unirondon de Cuiabá, a Unemat, quatro universidades de Mato Grosso do Sul, contando com a Federal, três particulares e a Estadual. De Brasília estão participando UnB, UniCeub e JK. Já em relação a Goiás a Comissão Organizadora de Cuiabá ainda aguarda confirmação se haverá participação ou não.

Inscrição
Apesar de o valor da inscrição ainda não estar confirmado, Mariana afirma que o mesmo não passará de R$ 100,00. “A pré-inscrição já pode ser feita e serve para que as pessoas possam garantir suas vagas já que estas são limitadas a cada estado. Esta custa R$ 40,00 e pode ser feita com o mobilizador de cada universidade. O mobilizador é a pessoa encarregada de manter contato conosco e organizar a vinda em cada estado. Aqui em Cuiabá as inscrições podem ser feitas no Centro Acadêmico de Comunicação da UFMT ou com a Sika na Unic”, completa.
Durante os três dias de evento serão realizados grupos de discussões, duas mesas redondas, oficinas, Encontros de Vivência (uma manhã em que são divididos grupos para visitar locais onde questões sociais estejam pautadas, como a questão indígena por exemplo), um passeio a Chapada, entre outras atividades.

“Nos anos anteriores o Erecom foi realizado nos outros Estados, então este ano só faltava Cuiabá para fechar o círculo. Quem quer participar e tem alguma dúvida pode entrar em contato no e-mail erecomcuiaba2008@gmail.com ou nos números (65) 99250456 ou (65) 84143623”, diz Mariana.

*Cartaz - Maurício 2º semestre da UFMT

MUSICALIDADE

DJ mato-grossense lança selo próprio

Com finalidade de lançar trabalhos de artistas em sites especializados em música, DJ Farinha cria selo

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Ele tem 33 anos e, acidentalmente, nasceu no município de Rondonópolis, a 215 quilômetros de Cuiabá, enquanto sua mãe realizava uma viagem pela região sul do Estado de Mato Grosso. Rodrigo Farinha ou DJ Farinha, como todos o conhecem, apesar deste incidente, como diz, se considera na verdade um cuiabano nato e de pé rachado, por viver em Cuiabá desde os seus primeiros meses de vida.


Músico desde os 15 anos Farinha, em 1997, então com 22 anos, formou-se em jornalismo e, desde então, procura conciliar suas atividades profissionais entre o jornalismo e a música. Farinha conta que se considera mais músico do que propriamente um DJ, pois desde que começou a trabalhar com a música, tem procurado fazer suas próprias músicas, o que para ele é o maior desafio de um artista da música eletrônica - criar e tocar suas próprias músicas. “No começo do ano 2000 fazia parte de uma banda de acid jazz, o Papo Amarelo. Como todas as bandas desse estilo incomum, tínhamos muitas sonoridades oriundas de sintetizadores, o que me fazia interessar cada vez mais pela música eletrônica, até que em 2001, passei a me apresentar também como DJ”, diz Farinha.

Mercado de trabalho
Segundo Farinha, hoje a profissão de DJ possui um espaço de grande destaque no cenário musical, devido aos avanços tecnológicos para este mercado de trabalho, o que vem proporcionando novas maneiras de se fazer música. “A música de uns anos pra cá, vem ganhando mais peso, principalmente quando falamos das frequências mais graves. Além disso, ela passou a ser criada também através da manipulação de sonoridades modernas e inovadoras, através do advento do computador”, conta Farinha.

Farinha ainda diz que este é um mercado de trabalho que está crescendo de forma absurda, pois faz com que os profissionais tenham muita criatividade e ousadia para poder conseguir destaque. “Como se trata de uma música ligada à tecnologia, os artistas também precisam entender de design gráfico, marketing pessoal, além de ter muitos contatos importantes. Uma coisa que vêm prejudicando este mercado é a prostituição e desvalorização do artista, devido ao grande número de aventureiros de primeira viagem que se intitulam ‘DJ’”, diz.

CD e eventos fora de MT
Papo Amarelo foi lançado em 2000 e é considerado um trabalho à frente da época em que se vivia em Cuiabá. Farinha diz não trabalhar mais hoje com gravação de CD devido à sua demora para produzir o material e também devido às suas limitações no mercado.

Ultimamente, Farinha tem lançado muitos trabalhos internacionalmente no formato mp3. Ele conta que a vendagem de música pela Internet, através de sites especializados no formato mp3, tem se mostrado o melhor caminho seguido por artistas e bandas da música eletrônica. “Costumo sempre mesclar minhas tracks (músicas) com as de outros artistas, mas como já havia dito, o meu principal objetivo, é um dia fazer um set que seja pelo menos 80% autoral”, declara.

Além de eventos pelo Estado de Mato Grosso, Farinha vem participando de eventos em outros Estados, como em 2003, onde participou do Festival Ecosystem, em Manaus, na Amazônia. Conforme ele, o evento costumava reunir artistas de todas as partes do mundo e dos mais diferenciados estilos e gêneros da música eletrônica. Já em 2006, ao lado do produtor e DJ Mateus B, participou com casting de artistas da Academia Internacional de Música Eletrônica de Curitiba, a AIMEC. Estes artistas se apresentaram no Chemical Music, que desde então é considerado um dos maiores festivais de música eletrônica realizado no Brasil.

Selo musical próprio
Pântano Beat Records, este é o nome do selo musical criado este ano por Farinha e que vem a ser o terceiro selo ao qual participa. “O primeiro foi o Brazuka Records, que hoje se encontra sobre a responsabilidade do Mateus B, o qual não tenho mais nenhuma participação. Outra label (selo, etiqueta) que participo é a Bleep Bloop Records, a empresa virtual que foi criada junto a outros artistas mato-grossenses: Hugo Dias, Thiago Almeida, LC Junior e Felini”,explica.

De acordo com o músico, como se intitula, a principal finalidade de um selo musical, como estes ao qual participa e já participou, é a de lançar os trabalhos de artistas nestes sites especializados em vendas de músicas pela Internet. “O mais inacreditável nisso tudo, foi que o primeiro site a vender os nossos trabalhos foi o Beatport, considerado o melhor e o detentor de maior credibilidade do mundo. Segundo Jorge Brea, representante da minha atual distribuidora ‘Symphonic Distribution’, sediada em Miami, nos Estados Unidos, tudo foi uma questão de sorte e identificação. Pois além das músicas terem qualidade, a logo do Pântano Beat (representada pelo desenho de um tucano tirando uma onda de DJ), caiu muito bem no gosto dos gringos”, conta.

Cultura eletrônica em MT
Para Farinha, o Estado de Mato Grosso hoje passou a ter a sua própria identidade na área da música eletrônica e que está prestes a entrar em sua terceira geração de clubes, que seguem o campo do eletrônico, quando será inaugurado no mês de novembro em Cuiabá o Clube Garagem, que é uma filial do clube já existente de muito sucesso em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.

“Em outras cidades de nosso Estado como Rondonópolis, Cáceres, Barra do Bugre, Tangará da Serra, Sorriso e Sinop, a cena de música eletrônica chega a surpreender até mesmo os que vivem na capital, pois suas festas crescem cada vez mais e já são palcos de atrações internacionais”,diz.

Abertura de portas fora do Estado
Com relação à abertura de portas para profissionais da música eletrônica mato-grossense em outros Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais entre outros onde a música eletrônica também é muito curtida em casas noturnas e outros tipos de eventos, Farinha alega que um dos maiores problemas entre Mato Grosso e estes Estados está relacionado à distância, no qual o custo da passagem aérea é o que mais influência este problema. “Mas isso não quer dizer que os artistas daqui não se apresentam nesses lugares. Os mato-grossenses têm viajado cada vez mais longe para se apresentarem e não será nada estranho quando começarem a ultrapassar as fronteiras deste país”, afirma.

28 de outubro de 2008

IMPRESSIONANTE

Assaltado cinco vezes morador deixa recado na porta para assaltantes



Isso aconteceu em Erechim, cidade do interior do Rio Grande do Sul, onde após ter sua casa assaltada cinco vezes por assaltantes morador decidiu colocar na porta de sua residência (foto) recado para os mesmos procurarem outra residência, pois já está cansado com tais atos. O imóvel hoje se encontra a venda.

Agora fica a pergunta: Cadê a policia nas ruas para coisas como esta não ocorra???

Isso é uma vergonha!!! (Boris Casoy desculpe utilizar sua frase, mas é realmente uma vergonha)

* Foto: Marielise Ferreira/Zero Hora/Ag.RBS

23 de outubro de 2008

SERPENTES

Centro busca ensinar população

Criado para produção de Soro, o Centro dedica-se a treinamentos para população em geral

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Localizado em frente ao Hospital Adauto Botelho, o Centro de Ofiologia se encontra em um espaço construído em maio de 1973, que tinha como função, inicialmente, de ser uma cadeia e, mais tarde, foi cedido para a Secretaria de Estado de Saúde para abrigar o Centro, onde há mais de 20 anos permanece. Conforme o biólogo do Centro de Ofiologia, Luiz Saragiotto, 22 anos atrás o Ministério da Saúde criou Centros de Ofiologia no país, por existir uma carência, na época, de veneno para a produção de Soro. Saragiotto conta que, inicialmente, os Centros encaminhavam as serpentes e cobras para o Instituto Butantan, em São Paulo e mais tarde passaram a enviar apenas o veneno.

Após 10 anos realizando estes trabalhos, alguns Centros foram extintos e os que continuaram ativos passaram a trabalhar com o foco educativo. “Hoje damos treinamento para médicos, enfermeiros, bombeiros, policiais militares e florestais e também para comunidade em geral”, conta Saragiotto. Ele explica que apesar do Centro de Ofiologia não trabalhar mais com a questão do envio de Soro para o Butantan, a população ainda possui o costume de, quando acha uma serpente ou cobra, levar esta para o Centro.

Ao todo o Centro de Ofiologia de Cuiabá possui cerca de 250 cobras sendo, a maioria, cobras peçonhentas e jararacas.

Número de acidentes
Conforme Saragiotto, o número de acidentes com picadas de cobras e também o número de óbitos ao longo do tempo, vem diminuindo pelo fato da população estar mais consciente com o que se deve fazer. “Em Cuiabá o Soro existe somente no Pronto Socorro Municipal, assim como em todos os outros municípios. Em Várzea Grande não há pelo fato de ser perto de Cuiabá. O mesmo ocorre com algumas cidades do interior que são pequenas, mas quando há casos de picada de cobra a pessoa é levada, imediatamente, para a cidade mais próxima que tenha o Soro”, explica.

Grupos de interesse médico
No Brasil existem quatro grupos de cobras que são de interesse médico, por serem grupos peçonhentos e que, se picada, a pessoa tão logo não for tratada, pode vir a falecer.

O primeiro grupo e também o mais famoso, que chega a causar 90% dos acidentes, é o grupo das Botrhops, ou seja, o grupo das Jararacas. A mais famosa na baixada cuiabana é a Botrhops Matogrossensis ou Jararaca Boipeva, que recebe este nome por ser capaz de matar, com seu veneno, um animal de grande porte.

O segundo grupo é o das Crotalus ou Cascavéis, que são responsáveis por 5% a 7% dos acidentes. O terceiro grupo é o da Lachesis ou Surucucu, principalmente a Surucucu-Pico-De-Jaca, que responde a 2% dos acidentes de picadas. O quarto grupo é composto pelas Corais verdadeiras que respondem a menos de 1% dos acidentes de picadas.

Curiosidades
O biólogo explica que para diferenciar uma cobra peçonhenta de uma não-peçonhenta são os dois orifícios que as peçonhentas possuem em frente de cada olho. “Esta é uma dica para quem é picado. Dos quatro grupos somente a Coral Verdadeira é que não possui estes dois orifícios abaixo de cada olho, onde um é para sua respiração e o outro serve como sensor. Ela é vista através de suas cores”, diz Saragiotto.

Outra curiosidade, que também vem a ser um alerta à população, é com relação àquelas cobras que são encontradas dentro do pé de alface. Por exemplo, como ocorreu na semana passada, no interior de São Paulo e também já vimos casos acontecerem em Cuiabá. Saragiotto explica que é raro as pessoas encontrarem estas pequenas cobras ou serpentes, como ele chama, perdidas em meio às verduras. “Estas são as chamadas Serpentes Dormideiras e se alimentam de caramujos e lesmas pequenas. A pessoa quando vê tem como reação matar o animal sem saber se é ou não peçonhento. A característica da Dormideira é de uma serpente que quase não se move, de cor preta e branca. As pessoas confundem com a Jararaca, mas não é peçonhenta”, explica.

O biólogo conta também que a Coral, para ser considerada verdadeira, deve ter três cores que são preta, vermelha e branca. Estas cores devem ser como anéis, ou seja, passar em volta da cobra e também onde houver anel da cor preta deverá haver dois pretos, sendo assim deverá ser um anel preto, um branco, preto novamente, branco e preto.

Primeiros cuidados que se deve ter ao ser picado
Conforme Saragiotto, os primeiros cuidados que a pessoa, quando picada por cobra, deve ter são os seguintes:
-Mantenha o acidentado calmo, de preferência deitado, com o mínimo de movimentos possíveis;
-Mantenha o membro atingido elevado para que não aumente a circulação sanguínea espalhando veneno pelo resto do corpo;
-Lavar o local com água e sabão e aplicar gelo no local;
-Procure identificar a serpente que causou o acidente. Assim, você estará facilitando o tratamento;
-Procure o hospital mais próximo, a fim de tomar o soro específico. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, maiores são as chances de recuperação.