O que os jornalistas acham sobre o assunto
Com exceção do jornalista Onofre Ribeiro, citado anteriormente, o restante dos profissionais da área de jornalismo de Cuiabá entrevistados, no Estado de Mato Grosso, acreditam que o Jornal Impresso não irá se extinguir e sim apenas diminuir como está ocorrendo hoje.
“Não acredito que o crescimento do jornalismo digital irá promover a extinção do jornal impresso. Creio, no entanto, que a tendência é de que o digital cresça cada vez mais e que o impresso tenha uma considerável diminuição. O jornalismo digital é mais dinâmico e permite a convergência de outras mídias, como áudio e vídeo. É instantâneo. O impresso não é dinâmico e é perecível. Os poucos jornais impressos que sobreviverão, no meu entender, terão que se reinventar, passar por um processo de modernização. É inadmissível que jornais impressos publiquem, no dia seguinte, reportagens que saíram um dia antes nos sites de notícia. Vão perder leitores e anunciantes. E isto já vem ocorrendo, diga-se de passagem”, diz o editor do site TVCA Mato Grosso, Marcy Monteiro.
Mas a quem ainda fique na dúvida como a jornalista Catarine Piccioni, do site de notícias mato-grossense “Olhar Direto”.“Não tenho condições de responder "sim" ou "não" porque não tenho uma bola de cristal. Creio que há a necessidade de repensar a produção e o modo de produção do jornalismo impresso e do próprio online. O papel do online não é simplesmente complementar edições impressas. O problema é que o impresso não tem ido "além". Não há transcendência”, explica a repórter do site Olhar Direto, Catarine Piccioni.
Para o repórter político do portal 24 Horas News, Valdemir Roberto Campos, o que está levando os Jornais Impressos a esta diminuição é a má administração de seus donos e também a falta de inovação. “Eu sou formado em administração e o que eu aprendi de administração que você nunca pode tirar 100% do que você tem na empresa porque você vai quebrar. Eu já tive uma loja de informática e pra você usufruir dos bens dela você tem que tirar pelo menos uns três anos de serviços prestados com ela pra você começar a adquirir alguma coisa com ela, começar a ganhar daquilo que você tem. Um pouco eu acredito que seja a má administração de alguns empresários. Você pode notar que a administração da Folha do Estado é de uma maneira, a da Gazeta é outra e do Diário de Cuiabá é uma outra maneira e você pode ver alguns jornais de pequenos portes como os pequenos semanários, quinzenais, os empresários sabem administrar, sabem controlar aquele ganho dele, da empresa dele sem ter aquele problema de ‘tô com dificuldade de rodar o meu jornal, de recortar’. Então eu acredito que seja a má administração de alguns proprietários de jornais. Eu acredito que seria isso”.
Para os jornalistas de Mato Grosso o que deveria ser feito para que o jornal impresso não venha a diminuir ou até mesmo se extinguir é inovar o modo como fazem o jornal, como inovar seu layout, o papel onde é impresso pelo fato de soltar tinta na mão do leitor, entre outros.
Para a jornalista Viviane Saggin Stragliotto, analista de comunicação da Rede Cemat, “A qualidade dos produtos jornalísticos vem caindo muito. Matérias com pouca apuração, manchetes que fogem ao padrão dos jornais tradicionais são cada vez mais comuns. As redações tendem a ficar mais enxutas e com equipe não tão boas. É difícil fazer uma apuração de qualidade como antes. Os jornalistas atualmente trabalham com uma carga de trabalho muito grande, o que dificulta que a qualidade e a credibilidade de um veículo sejam mantidas. Acredito que os veículos precisam acompanhar a evolução, inovando em seu formato, para que continuem atraentes para seus leitores, sem perder a qualidade jornalística. O ideal seria que cada meio complementasse o outro, com isso todos ganhariam muito”.
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