3 de novembro de 2008

INCERTEZA - Parte 1

Impresso sobreviverá ao digital?

Desde o surgimento do rádio, o jornal impresso possui futuro incerto, apesar de sobreviver até hoje, principalmente com a evolução tecnológica dos meios de comunicação. Em Mato Grosso, donos, editores e jornalistas apostam na sobrevivência do impresso, mas investem no jornalismo digital

VIVIANE PETROLI

Não se sabe ao certo, quando surgiu a primeira mídia impressa, mas segundo historiadores, o primeiro “jornal” que se tem conhecimento é o Acta Diurna, que surgiu em Roma por volta de 59 a.C.. O período produzido no império de Júlio César tinha como intuito informar aos súditos, os mais importantes acontecimentos sociais e políticos.O Acta era um jornal que informava aos moradores de Roma os escândalos do governo, julgamentos, execuções e campanhas militares.


Cerca de quinze séculos mais tarde, em 1447, Johann Gutemberg, inventa a prensa, inaugurando assim a era das publicações em grande tiragem e posteriormente o desenvolvimento dos jornais modernos e ao longo do tempo este foi ganhando formato, cores, tiragem diária, semanal, quinzenal, mensal, bimestral e até semestral.


Conforme o jornal impresso crescia e se consolidava novas mídias foram surgindo como o rádio, a televisão, as revistas e com isso, as especulações de que o jornal impresso estaria com seus dias contados.


Apesar das especulações, o jornal impresso mostrou-se capaz de sobreviver a estas mídias e procurou inovar para continuar sobrevivendo, mas em meados da década de 1990 com a popularização da Internet e com ela uma nova mídia chamada de jornalismo digital ou jornalismo online. Neste tipo de jornailismo, as noticias passaram a ser passadas às pessoas conforme o ocorrido de forma instantânea, assim como no rádio e na televisão, fazendo voltar à especulação de que se o jornal impresso sobreviveria a esta nova mídia.


Ao analisar as vantagens e desvantagens tanto do jornal impresso como as do jornal digital, pode se ver que há uma diferença questionável entre ambos. “A principal vantagem da Internet é a comodidade. Você não precisa sair de onde está, seleciona só o que gosta ou deseja ler, e depois sai do site. O jornal impresso tem o desconforto da leitura, de ter que ir à sua busca, etc. o futuro do jornal impresso é mesmo o de desaparecer. No futuro tudo será digitalizado”, diz o jornalista Onofre Ribeiro.


Com o crescimento das empresas de comunicação multimídia e a velocidade estrondosa proposta pela Internet, mudanças ocorridas no conteúdo das matérias e na distribuição da notícia acabaram interferindo no trabalho dos jornalistas, pois com a velocidade com que a informação deve publicada nos sites, o profissional acaba não tendo o tempo necessário para apurar a notícia como é feito em um jornal impresso.


Com o surgimento da multimídia nos últimos anos, muita coisa mudou no velho jornal impresso, as notícias começaram a ser entregues atrasadas, o tempo e a forma de apuração da notícia mudaram, funções foram extintas, houve reagrupamento e redistribuição de cargos. Hoje, um repórter tem que se desdobrar em várias funções, é ele quem na maioria das vezes faz as fotos, é ele quem titula, escreve e em alguns casos edita sua própria matéria, prática que antes era distribuída para distintos funcionários. O repórter há alguns anos atrás só escrevia e apurava a notícia, quem titulava e editava eram os editores.

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