21 de maio de 2011

FLASHBACK

Anos 80 continuam em alta, diz Kid Vinil

Viviane Petroli
Para o site jornal Folha do Estado


“O rock dos anos 80 continuam em alta e cada vez mais jovens buscam por ele”. A declaração é do ex-vocalista da banda Magazine, Kid Vinil. Que esteve em Cuiabá para se apresentar no Boteco da Mãe Joana, no dia 20 de maio, Vinil revela que o rock de hoje é fraco e sem letra. Para ele as bandas como Restart não serão lembrada daqui 20 anos, como o RPM, Kid Abelha e Legião Urbana são até hoje.

“A última banda de rock, em minha opinião, que fez sucesso mesmo nesta era foi o Los Hermanos. Essa molecada nova daqui 20 anos acredito que não será lembrada. Hoje, pouca coisa presta”, comentou Kid Vinil ao site da Folha do Estado.

Rádio

Para Kid Vinil, as bandas atuais somente não vão mais para a frente porque se prendem no universo de serem “independentes”. “Elas precisam sair de seu mundo se querem ganhar mais espaço e público. O rock nas rádios antigamente bombavam e hoje só tocam o que vendem. A mídia deveria abrir mais espaço e as bandas buscarem por ele também”, salienta.

Segundo o ex-vocalista da banda Magazine, bandas como Macaco Bong e Vanguart tocariam e apareceriam mais se as rádios fossem como antes. “As bandas mato-grossenses Macaco Bong e Vanguart são boas, porém precisam buscar mais por seus espaços e a rádio é o melhor meio para isso”.

Retorno

Recentemente muitas bandas dos anos 80, como RPM e Kid Abelha, anunciaram seus retornos aos palcos. De acordo com Kid Vinil, tal fato só vem a fortalecer a época. “Há cinco anos realizamos pelo país a Festa Ploc e a cada apresentação percebemos o quão os anos 80 ainda estão em alta e isso tem feito muitas bandas voltarem, também”.



*Foto: Tchélo Figueiredo

13 de maio de 2011

ARTE EM DESENHO

Um dom que se transforma em profissão


Viviane Petroli

Revista Super Atual


No mundo há pessoas que nascem com vários dons. Há aqueles que podem curar, aconselhar, escrever e construir. Há, também, os que fazem milagres em uma cozinha e educam, assim como os que, com um simples pedaço de papel e um lápis, conseguem transformar o mísero espaço em branco em algo com vida e traços, e através desta arte podem tirar o seu sustento e de sua família.

Em meados de 1989, Josenilton Magalhães Bezerra, ou simplesmente Nilton, descobriu seu dom com o papel e o lápis em seus cadernos da escola. Neles desenhava seu personagem favorito, mais precisamente um super-herói das histórias em quadrinhos: o Super-Homem. Segundo Nilton, todos que atuam hoje nesta área tiveram certa influência de algum personagem ou algum cartunista e desenhista. “Ainda na quarta série desenhava e praticava bastante”, comenta.

No ano de 1994, Nilton conheceu o cartunista Jota, que hoje é um dos grandes ícones do desenho de humor do Brasil e um dos mais premiados dentre outros grandes nomes da área. “O Jota passava todos os dias, quando vinha do jornal, em frente a minha casa. Um dia, mesmo tímido, falei com ele e pedi um exemplar do jornal. Vi logo de cara aqueles desenhos impressos, achei fantástico, e naquele momento senti e falei para mim mesmo ‘nasci para isso’ e vi que era aquilo que eu queria para toda a minha vida desde então”, conta Nilton, que já chegou a trabalhar como garçom, músico e vendedor externo.

Após ver os desenhos impressos no jornal, Nilton deu asas a sua imaginação e começou a fazer alguns desenhos e mostrar para seu amigo Jota. “Sempre mostrava os desenhos para ter uma avaliação dele. O tempo foi passando e eu com aquela sede insaciável queria ser um chargista profissional”. Não demorou muito para que Nilton publicasse seus primeiros desenhos na imprensa piauiense. Aos 15 anos já era o chargista oficial do extinto jornal “O Estado”, em Teresina (PI), sua terra natal.

Há alguns anos em Cuiabá, Nilton trabalha com caricatura, charge, cartum, ilustração e desenho publicitário. Seus desenhos podem ser vistos, além de seu Orkut e Blog, nos jornais ‘Folha do Estado’ e ‘O Independente’ e na ‘Revista Ótima S/A’. Ele conta que no início chegava a desenhar pelo menos 10 horas por dia, porém, hoje são apenas 6 horas. “Isso no jornal. Em casa varia. Depende do desenho, às vezes fico 24 horas”, comenta.

Conhecimento nacional

Generino Rocha começou a desenhar ainda na infância, nos anos 80. Morando na roça e sem saber o que era um papel e uma caneta, criava seus primeiros rabiscos, seus personagens como prefere chamar, riscando o chão do quintal. “Inconscientemente já exercia o dom para arte”, conta ele orgulhoso de si.

Em 1993, Generino, como é mais conhecido por todos, começou a ganhar dinheiro com desenho ilustrado para o jornal ‘Diário de Cuiabá’, além de fazer outros ‘free lancers’. Ao longo do tempo, sozinho, foi aprimorando seu dom e hoje é conhecido nacionalmente pelas suas ilustrações, charges e, principalmente, pelos seus quadrinhos. “Já ilustrei inúmeras revistas e jornais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e, recentemente, publiquei tirinhas no jornal ‘O Globo’ do Rio de Janeiro”.

Segundo Generino, seu sonho é editar uma revista mensal com seus personagens. “Já lancei algumas revistas com as minhas principais personagens, a Menina e a Garota Pantanal. São trabalhos na linha ambiental. Também estou desenvolvendo projetos com temática evangélica, a Turminha Shekináh e a Turminha Missionária já se encontram em fase final”, revela.

Ao contrário de Nilton, Generino nunca trabalhou com outra coisa sem ser o desenho. De acordo com ele é possível, sim, viver deste trabalho, porém é preciso “ralar pra caramba”.

Conforme Generino, que já esteve pessoalmente com o desenhista brasileiro Ziraldo, em uma de suas visitas à Cuiabá, neste ramo do desenho nunca percebeu preconceito por parte das pessoas. “A verdade é que todo profissional enfrenta obstáculos pela frente”.

Cursos

De acordo com os dois profissionais, existem cursos especializados nesta área, inclusive por correspondência. “Sou autodidata, mas sempre existiram cursos para aperfeiçoamento e desenvolvimento de técnicas, e se hoje em dia uma pessoa tem talento para fazer caricaturas, charges, cartuns, ilustrações e desenho artístico, com a era da Internet há muitas opções em relação a qualquer tipo de desenho. Até no Orkut é fácil encontrar cursos de desenho. Depende do tipo que você deseja. O que sei fazer hoje foi através de livros, influência e muita força de vontade”, diz Nilton.

Concurso

Assim como em diversas áreas, no ramo do desenho também há concursos. O que acaba sendo uma ótima oportunidade para que o desenhista fique conhecido e tenha várias portas abertas para suas publicações. Foi o que aconteceu com Generino, que ao participar de um concurso de tiras do jornal ‘O Globo’, do Rio de Janeiro, com uma tirinha da Menina Pantanal, foi selecionado e teve seu trabalho publicado na sessão de tiras do jornal.

Nilton é um que também não perde a oportunidade de participar de concursos. Sejam eles nacionais ou internacionais, inclusive como jurado. “Já participei de vários concursos. Participei do XII Salão Internacional de Humor do Piauí, em 1992, Mostra Humor do Sesc de Maranhão, em 2000, I Bienal de Humor de Santo André (SP), em 2002, XXII Salão Internacional de Humor e Quadrinhos de Ribeirão Preto (SP), em 2004, II Salão de Humor de Bragança (PA) e XXIII Salão de Humor do Piauí, ambos em 2005.

Já como jurado, fiz parte da Comissão Julgadora do IX Salão Internacional de Humor da Caatinga em Minas Gerais, no ano de 2007. “Além disso, ganhei várias menções honrosas e alguns prêmios, sendo o mais recente no Salão de Humor de Votorantin (SP)”, conta. Em uma de suas participações, na I Mostra de Desenho de Votorantim “Hermes Tadeu”, em São Paulo, no ano de 2006, Nilton tirou o segundo lugar, com uma caricatura de Madre Teresa de Calcutá. “Preso pelos detalhes. Os mínimos detalhes fazem a diferença. Esse trabalho foi muito gratificante e importante na minha vida”, acrescenta.

Exigências

Neste mundo não há uma pessoa que nunca teve de enfrentar clientes exigentes a ponto de ter de refazer todo um trabalho. Com Nilton e Generino não foi diferente. Conforme Nilton, poucas foram às vezes que teve de refazer um desenho. Já Generino. “Ah, refazer trabalhos é o pior pesadelo na vida do profissional e, infelizmente, sempre me deparo com essa situação. E quando o cliente é muito chato eu acabo entregando o trabalho sem fazer, mas, felizmente, a grande maioria dos clientes gostam do resultado”, diz Generino.

Conselho

Nilton e Generino aconselham aqueles que estão ingressando no ramo do desenho que não desistam dos seus sonhos. Continuem praticando e insistindo na busca do traço perfeito, pois o mercado de trabalho hoje está mais exigente, um mundo onde bons profissionais não faltam e a concorrência é acirrada.


Fotos: Generino (Arquivo Pessoal) e Nilton (Josi Pettengill). Caricatura - Nilton