3 de novembro de 2008

THALITA REBOUÇAS - Parte 1

“Comecei a bater palmas, a fazer polichinelo...”

VIVIANE PETROLI

Em entrevista realizada via e-mail com a autora Thalita Rebouças, pelo fato desta encontrar-se em Portugal “batalhando”, como ela própria disse, pela carreira, pois quer lançar seus livros no país, ela diz se considerar fofa.


Carioca da gema, fluminense, teimosa, abracenta, sorridente, escorpiana de 10 de novembro de 1974, Thalita se considera uma pessoa empolgada e chata durante a TPM, além de chorona a ponto de chorar em comercial de detergente. Portelense e alucinada por brigadeiro de comer na colher e por sambas e marchinhas de carnaval, Thalita largou o curso de direito no segundo ano e resolveu fazer jornalismo. Desde o primeiro dia de aula se apaixonou pela profissão e viu que era aquilo que realmente queria.

“As duas coisas que mais gosto de fazer é falar e escrever. E é isso que jornalista faz todos os dias. Mas, trabalhando em jornalismo, eu só podia escrever os fatos. Senti falta de inventar histórias. Hoje me orgulho muito de dizer que sou escritora”, conta Thalita que hoje além de escrever seus livros escreve a coluna Fala Sério na revista Atrevida. Thalita conta ainda que não tem intensão de escrever um livro voltado para o público adulto.

Confira a seguir a entrevista com Thalita Rebouças falando sobre sua carreira como escritora, seus livros e as palhaçadas que chegou a fazer para chamar a atenção das pessoas durante sua primeira Bienal do Livro, em 2001, no Rio de Janeiro.

FSM - Quando começou a escrever livros?
TR - Carlos, o meu marido, já havia lançado dois livros. E surgiu a idéia de escrevermos um livro juntos (Um caso de cativeiro, já esgotado). A editora gostou e pediu que eu escrevesse um sozinha, o Traição.

FSM - Quando lançou o seu 1º Livro "Traição entre amigas" e porque decidiu escrevê-lo?
TR - Escrevi o Traição a pedido da editora. Eles queriam um livro para jovens mulheres, entre 18 e 21 anos. Mas quem amou foi a galera de 15, 16. Sempre diziam "Cara, seu livro é irado! Não para de escrever pra gente não!". Acabei sendo adotada pelos adolescentes e amei isso. Aí comecei a focar meu trabalho nessa galera. E eu aaaaaaamo!

FSM - Como foi participar da Bienal do Livro de 2001, no Rio de Janeiro apresentando para os que lá estavam o seu livro "Traição entre Amigas"?
TR - Fui convidada pela Ao Livro Técnico (que editou os meus dois primeiros livros) para passar uma tarde na Bienal do Livro de 2001, aqui no Rio, autografando oTraição entre Amigas. Lá fui eu, toda serelepe. Durante 20 minutos vi passar na frente da minha mesinha um monte de gente, mas ninguém me dava bola. Percebi logo que se eu ficasse ali sentada esperando meus queridos futuros leitores eles simplesmente não viriam. Vários autores consagrados estavam presentes, como eu poderia competir com eles? Se eu quisesse vender livros teria que inventar uma forma de chamar a atenção, de aparecer, de me destacar. E rápido. Como eu tenho na bagagem alguns anos de teatro, pagar mico em público não é nenhum problema para mim. Então vamos lá! Comecei a bater palmas, a fazer polichinelo, a brincar com quem passava na frente do estande e a anunciar o livro em altos brados, como um vendedor empolgado com seu produto. Logo juntou gente ao meu redor, rindo e escutando e o livro passou a vender como água no deserto. Não parei de autografar um só segundo. Ao fim da tarde, a editora me convidou para voltar dois outros dias. Voltei e as vendas foram excelente. A Bienal acabou, mas aprendi a lição.

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