8 de agosto de 2008

COVER BAIXO

Festival resgata valores e descobre talentos

Realizado entre os dias 05 e 07, o Festival Cover Baixo Cuiabá, reuniu baixistas do país e de Cuiabá, resgatando assim a música instrumental e mostrando que o baixo não é só para acompanhar os cantores durante o show

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Durante três dias baixistas de todo o Brasil e de Cuiabá estiveram reunidos no Sesc Arsenal para a realização do Festival Cover Baixo Cuiabá. Puderam mostrar todo seu talento ao público presente, através do baixo e que o instrumento não serve apenas para acompanhar cantores durante seus shows.

O festival, que é realizado pela segunda vez em Cuiabá, contou com a presença de 11 baixistas, entre eles de Cuiabá, São Paulo (SP), São Luiz (MA), Natal (RN), Recife (PE) e Caruaru (PE). Ainda os músicos que acompanhavam estes durante a apresentação, totalizando mais de 15 musicistas, segundo Ebinho Carvalho, um dos coordenadores do festival.

“É o segundo ano que trazemos os músicos para Cuiabá, graças a parcerias com o Festival Calango e com empresas que ajudam a trazer eles e com o restaurante Dom Agostinho”, conta Ebinho Carvalho.

Ebinho Carvalho, que toca baixo há 14 anos, conta que, para realizar um festival como o Cover Baixo o custo gera em torno de R$ 15 mil e que este valor já está incluso no custo do Festival Calango. “O Festival Cover Baixo Cuiabá é uma das prévias do Festival Calango que será realizado entre os dias 8, 9 e 10 de agosto, no Centro de Eventos do Pantanal, juntamente com outros segmentos como moda”, frisa Ebinho ,que viaja pelo país participando de Festivais Cover Baixo como o de Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Caruaru (PE) entre outros, também para divulgar seu trabalho, CDs e DVDs.

Quem também participou da organização do evento foi Celso Pixinga, de São Paulo. Pixinga, como é chamado por todos do meio musical conta que, durante todo o ano, o Festival Cover Baixo é realizado no país e com agenda de apresentações lotada. “O objetivo do Festival é agregar valores e descobrir novos talentos. Durante os três dias de festival temos revelações de baixistas e de músicos. Nesta estrutura que tivemos foram dois artistas de fora e dois ou três de Cuiabá entre os consolidados e as revelações”, diz Pixinga.

O Festival Cover Baixo
Reverenciando o Baixo Eletrônico, o Festival Cover Baixo teve inicio em 2003, quando foi realizado, pela primeira vez, na maior escola de música da América Latina, localizada em São Paulo (SP), a EM&T.

No ano de 2006 realizou-se o 4º IB&T Festival, do Instituto de Baixo e Tecnologia e, após sucesso obtido com o evento, o contrabaixista Celso Pixinga, conhecido mundialmente e que também fora o idealizador e coordenador do festival, firmou parceria com a revista Cover Baixo, da editora HMP, para que o festival fosse realizado fora de São Paulo.

Em 2006 o Festival chegou a ser realizado em Caruaru (PE), Brasília (DF), Vitória (ES) e Campinas (SP). Já em 2007, novamente, em Caruaru (PE) e Vitória (ES), além de Belém (PA), São Paulo (SP), São Luis (MA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Manaus (AM) e Cuiabá (MT).

A finalidade do Festival Cover Baixo é a democratização da música instrumental, no caso, o baixo elétrico, tanto solo quanto acompanhado de uma banda.

Músicos de fora se apaixonam por Cuiabá
Além de participarem do Festival os músicos vindos de outros Estados puderam conhecer um pouco mais sobre a capital mato-grossense, através do turismo e da culinária. Segundo o baixista Mauro Sérgio, que começou a estudar contrabaixo em 1993 e antes disso tocava bateria, ele apaixonou-se pela cidade, apesar do clima ser quente como a sua cidade São Luis, no Maranhão.
“É a segunda vez que participo do festival em Cuiabá. Já participei em Brasília, Caruaru, Belém, Campinas e na edição de São Luis do Maranhão. O primeiro festival que participei foi no ano passado em Caruaru. Festivais como estes dão oportunidade de divulgar a música instrumental que estava meio apagada, principalmente em relação ao contrabaixo e hoje está tendo destaque. O festival tem ajudado até os novos artistas como eu. Agradeço ao Pixinga pela oportunidade que me deu para participar destes festivais. Ele é um grande músico que abre as portas para os novos talentos”, conta Mauro Sérgio, que se apresentou na terça-feira (05).

Assim como o maranhense Mauro Sérgio, o paulista Miqueas Santana, que é baixista desde os seus 16 anos, também gostou da cidade pois, de acordo com ele, as pessoas são bem receptivas e não existe um trânsito como o de São Paulo onde mora.

“Toco baixo desde os 16 anos e já trabalhei em trabalhos convencionais e nas horas de folga estudava o baixo. Desde 2003 participo de festivais e o meu primeiro foi a edição Cover Baixo da IB&T, do Instituto de Baixo e Tecnologia. Esta é a primeira vez que participo do evento em Cuiabá. Para um baixista, um evento como este tem como especial importância mostrar o que se pode fazer com um baixo na linha de frente, ou seja, mostrar que ele não serve só para acompanhar um músico ou uma banda”, diz Miqueas Santana. Ele ainda diz que festivais como este servem também para descobrir novos talentos e levantar a música instrumental que estava sendo esquecida.

Cultura e turismo numa única linha
É assim que Raphael Maimone, proprietário do restaurante Dom Agostinho, define o seu apoio no Festival Cover Baixo Cuiabá. Para ele, o que faz, é uma linha que trabalha a cultura e o turismo, onde a cultura são os músicos e visitantes e o restaurante entra com a parte turística, fazendo desta forma com que a linha de ambos se cruze.

“O turismo não se desenvolve sem a cultura. Em Mato Grosso isso não é muito feito. No restaurante Dom Agostinho procuramos unir a cultura e o turismo. A casa onde é situado, é do século 19 e é da minha família há 110 anos”, diz Raphael, que há cinco anos montou o restaurante, onde serve almoço aos sábados e jantar de terça-feira a sábado.

Segundo Raphael, não é a primeira vez que realiza esta parceria de cultura com turismo em seu restaurante. Ele conta que já estiveram por lá as Baquinas Brasileiras junto com grupo argentino e alemão, além da banda Sepultura quando em Cuiabá fazendo show.

Além deste intercâmbio de cultura com turismo, o restaurante Dom Agostinho também realiza turismo empresarial e o familiar, quando famílias que aqui moram recebem a visita de parentes e amigos que veem de outros lugares. “Muitos empresários que trazem consultores de fora também chegam no restaurante para conhecer um pouco do nosso turismo e culinária”, conta Raphael.

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