23 de novembro de 2010

ENTRAVES SAFRA

Circuito Tecnológico: Chuvas e nematoides são alvo

Viviane Petroli
Jornal Folha do Estado



Chuvas irregulares, nematóides e área da 2ª safra de milho indefinida foram os principais problemas encontrados pela equipe do 2º Circuito Tecnológico Aprosoja no Campo Safra 2010/2011, realizado entre os dias 18 e 29 de outubro de 2010, cujo balanço foi divulgado na quinta-feira (18.11).

Ao todo, 342 propriedades rurais foram percorridas entre as regiões leste, sul, norte, médio-norte e oeste de Mato Grosso em 18.765 quilômetros. Foram colhidas para análises 843 amostras de 500g de sementes. O plantio de OGM (transgênico) foi encontrado em 57,27% das áreas visitadas.

De acordo com o gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Luiz Nery Ribas, a principal surpresa encontrada foi o clima indefinido. “Todos estavam se preparando para plantar e não chovia. Isso prejudicou a 2ª safra de milho, que está indefinida. Não sabemos se conseguiremos colher soja em tempo hábil para plantar o milho. Outra questão foram os nematoides. Em 2009, 80% das propriedades que visitamos tinham a praga e este ano foi a mesma proporção”. O patamar de distância percorrida nesta edição por técnicos da Aprosoja foi de 18 mil hectares.

Nery comenta que está situação dos nematoides é preocupante. “Estamos buscando com entidades e pesquisadoras a realização de um mapeamento destes nematoides no Estado e no Brasil, para levarmos para a Embrapa e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em busca de soluções.

Segundo levantamento da Aprosoja-MT, os principais nematoides encontrados foram pratylenchus em 21,83% das áreas visitadas, galha em 7,86% e cisto em 18,77%. “Nematoide é uma praga/verme que atinge a raiz da planta e impede o desenvolvimento. O de cisto é o que vem apresentando novas raças. Ele vem a ser um ovo que se aloja na raiz. O de galha, que está aumentando, forma galhosna raiz e o pratylenchus, que começou a aparecer no Estado de duas safras para cá, ataca a raiz e faz com que ela apodreça e impeça o recebimento de água e nutrientes”, explica Nery.


Dados da Aprosoja-MT, mostram que em 24,46% das áreas visitadas possuem pratylenchus e cisto, 9,61% pratylenchus e galha, 3,93% galha e cisto e 13,54% os três tipos de nematoides.


Para o presidente da Aprosoja- MT, Glauber Silveira, estes diagnósticos realizados pelo Circuito Tecnológico são de suma importância pois é através deles que se vê a real situação das lavouras matogrossenses. “Podemos com ele ver a questão das pragas, do endividamento rural, passar recomendações aos produtores, entre outros fatores. Este é nosso segundo ano com o projeto e tem grande importância, pois aproxima a entidade e os produtores, além disso mostra os avanços tecnológicos em Mato Grosso e Brasil. Queremos a cada ano ampliar este projeto e aperfeiçoar as análises”.

DIMINUIÇÃO ÁREA

Segundo o gerente técnico da Aprosoja-MT, Luiz Nery Ribas, as propriedades rurais foram visitadas aleatoriamente. Nas visitas foram encontradas situações de lavouras sem plantio, começadas e paradas por conta do clima.

Nery comenta que 0,32% dos produtores de soja optaram por começar o plantio em novembro, mais precisamente entre os dias 16 e 30. “Tivemos casos de produtores, que por conta do clima decidiram não plantar a soja para plantar o algodão, cuja semeadura começa em dezembro.
Conforme Nery, a área de plantio da soja em Mato Grosso teve uma redução de 1,1% (100 mil hectares) este ano. “Essa redução está ligada a essa desistência do plantio de soja”, explica.

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