2 de agosto de 2012

CONSTRUÇÃO CIVIL

Setor mantém economia local

Especialistas preveem que situação deve continuar por mais 2 anos, principalmente devido à Copa

Viviane Petroli
Jornal Folha do Estado (publicada na edição de 29 de julho de 2012)


A construção civil deverá pelos próximos dois anos continuar segurando a economia de Cuiabá. As projeções são de especialistas e do próprio setor. O segmento, que lidera as contratações na capital mato-grossense em 2012, deverá manter-se em alta até 2014. A tendência baseia-se nos programas do governo federal que geram renda e consumo, somadas aos incentivos como maior prazo para pagar, as obras da Copa do Mundo de 2014 e a vinda de novos negócios que trazem executivos e suas famílias para a cidade. Ao ano os imóveis em Cuiabá valorizam-se em média 5%. Atualmente, 60% dos imóveis mais buscados são os de até R$ 200 mil.

De acordo com o economista Vitor Galesso, quando o ano é de baixa economia o PIB de Cuiabá cresce entre 8% e 9%, enquanto em bons anos, como se tem vivido nos  últimos três anos, 20% ano. “Mas, economia crescendo em 8%. A média normal é 12%. Após a Copa teremos estagnação na economia e a construção civil entrará em saturação. Com isso, o governo de Mato Grosso tem de começar a planejar o pós-2014 com incentivos ao comércio e serviços para que a economia siga em alta”.

Galesso comenta que o PIB de Cuiabá tem atraído novos negócios, o faz executivos buscarem moradia na cidade e eleva o consumo de imóveis. “O que leva mais investidores na construção civil vir para a cidade”.

O diretor regional da Construtora Plaenge, Rogério Fabian, confirma a análise do economista. “O ciclo da construção é longo e o que se tem visto hoje é um reflexo das vendas realizadas em 2010 e 2011. Este ano é ano de construção, tanto que somente agora as obras da Copa de fato começaram. O que vemos seguirá até 2014”.

Fabian comenta que em Cuiabá entre 2006 e 2011 o volume de obras cresceu cinco vezes. Prova disso, como revela, é que até 2009 a Plaenge entregava até três torres ao ano e este ano serão 12. “Para 2013 estão previstas 10 torres. O bom momento da economia cuiabana trouxe muitos construtores, alguns inclusivejá foram embora devido o mercado ser de localidade, ou seja, é preciso ter conhecimento da cidade antes e não construir algo como em sua cidade de origem. A construção é como a agricultura, consegue movimentar todas as classes, gerar renda e demais segmentos”.

INCENTIVOS

Ao ano os imóveis, segundo o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso (Secovi-MT), Marcos Pessoz, sofrem uma valorização de 5%, dependendo da localização, custo terreno, mão de obra e materiais. “Hoje, são vários os fatores, na verdade, para o setor estar em alta. A construção civil estava ineficiente e por isso o deficit de habitação era grande. Agora criou-se condições macroeconômicas para que a construção pudesse crescer, como redução taxas de juros, redução IPI para materiais e equipamentos, aumento do prazo para pagar o imóvel, programas,o que traz novos investimentos e geração de renda”.

EMPREGO

Levantamento do Cadastro de Emprego e Desemprego (Caged), divulgado na semana que passou, revela que no 1º semestre de 2012 o saldo positivo de admissões foi de 3.089 vagas, enquanto em 2011 haviam sido 882 em Cuiabá. Em serviços permaneceram 1.525 e o comércio teve saldo negativo de 732.

O presidente do Sindicato da Indústria da ConstruçãoCivil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Cezário Siqueira, comenta que a inversão de admissões, que consequentemente tem levado, também, a construção civil a segurar a economia, é um fator do processo nacional de empregos regulares em decorrência do aumento de formalizações. “Há 10 anos, apenas 40% das contratações eram de modo formalizado, hoje é de 60%”.

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