19 de outubro de 2007

Curiosidade Cuiabana

Livro conta a história de automóveis

“Cinqüenta era o número de carros que existiam, aproximadamente, em Cuiabá entre as décadas de 20 e 30 e menor de dezoito anos já podia dirigir”, diz o cuiabano Afrânio Corrêa que conta em livro a história do automóvel em Cuiabá.

VIVIANE PETROLI

“Os automóveis de Cuiabá – Décadas de 20 e 30 – Histórias contadas com a leveza da crônica”, este é o livro do autor cuiabano Afrânio Corrêa que conta a história da chegada do automóvel na capital mato-grossense.


Em 172 páginas de muita história e curiosidades, Afrânio começa contando que quando pequeno podia se contar nos dedos a quantidade de carros que desfilavam pelas ruas e avenidas de Cuiabá. Fiat Tipo 52, Fiat Tipo 52 - modelo Landaulet, Caminhão Orion, Chevrolet modelo 26, Oldsmobile 1928 – modelo F28, Dodge modelo 27, Ford 29 – modelo A, Ford 37, Ford modelo T, Chevrolet 1933, Rugby – Star e Barata Ford 29 estes eram alguns modelos encontrados na capital nas décadas de 20 e 30.
Segundo Afrânio, a decisão de escrever um livro contando a história do automóvel em Cuiabá veio a partir de fotos e pesquisas. “Todo cidadão tem que plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro, já dizia um provérbio chinês, não é mesmo? Então como desde pequeno era apaixonado por carros, dirigia desde moleque e tinha um bom acervo de fotos e pesquisas, decidi escrever o livro.”


Afrânio conta que na época somente a elite da capital constituída por políticos e empresários tinha a capacidade de ter um automóvel. Por volta de 1928 um carro chegava a custar cerca de 6:700$000 (Chevrolet Ramona de capota) a 10:900$000 (Landau). A moeda vigente no país era os Réis.


Dom Aquino Corrêa, João Ponce de Arruda, Costa Marques, coronel Arthur Borges, irmãos Dorsa eram alguns donos de automóveis na época entre outros políticos e empresários.


Quem é Afrânio Corrêa
Bisneto do professor José Estevão de Corrêa e filho de Caio Corrêa e Hilda Lima Corrêa, Afrânio nasceu em Cuiabá, herdando a responsabilidade cultural de seus antepassados.
Ainda no segundo grau descobriu sua vocação pela imprensa fundando o Jornal Correio da Semana, que circulou entre 1938 e 1939. Mudou-se nesta época para o Rio de Janeiro onde fez faculdade de Direito. Formado em Ciências Jurídicas voltou ao Mato Grosso (até então não dividido) para dirigir o Jornal do Comércio.


Hoje Afrânio vive na Bahia, onde está escrevendo seu segundo livro sobre a história do automóvel, mas desta vez sobre os carros baianos.

Mulheres também dirigiam

Em “Documentação Fotográfica”, um dos capítulos de seu livro, Afrânio Corrêa mostra que as mulheres já dirigiam, na época, os carros dos maridos ou do Governo. Como exemplo cita Dulce Corrêa, esposa do Presidente (na época os Estados brasileiros possuíam presidentes ao invés de governadores) Mário Corrêa; Branca Barbieri, esposa de Fioravante Barbieri e Stela Bouret, esposa de Cursino Bouret.

Outros livros que falam sobre automóveis

Vida Cultural do Automóvel – Percursos da Modernidade Cinética do autor Guillermo Giucci, pela editora Civilização Brasileira, conta o processo de consoliação do automóvel na América Latina, Europa e Estados Unidos entre 1900 e 1940.


Enciclopédia por imagens – O Automóvel, da autoria de Emilie Beaumont, editora Livros e Livros, trás imagens dos primeiros carros a gasolina que surgiram no século passado.


Memórias sobre rodas – O Automóvel no Brasil dos anos 1960, do autor Fabio Steinbruch, editora Alaúde, trás em suas páginas, histórias e imagens dos carros que circulavam pelas ruas e avenidas do país na década de 60.


Almanaque do Fusca, de Fabio Kataoka e Portuga Tavares é um livro que, além de contar a história do fusca, carro que até hoje é paixão de muitos motoristas, fala de outros carros que também foram criados com o surgimento da grande indústria automobilística, possuíam a mesma plataforma e mecânica.

Nenhum comentário: