9 de dezembro de 2007

PERFIL

Um cuiabano de sucesso na Europa

“Eu ganhei alguns bons prêmios, mas o que mais me incentivou foi o prêmio da ‘Arts and Humanities Research Board’”.

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso

Luiz Marchetti este é o nome do cineasta e diretor de televisão e teatro que nasceu em Cuiabá e vem fazendo sucesso com seu trabalho no Brasil e no exterior. Aos 40 anos possui profissionalização como ator pela Casa de Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, além de ser bacharel em Belas Artes com especialidade em filme e vídeo na Central Saint Martins, em Londres e mestrado em Design para Mídia - Artes na Universidade de Westminster, em Londres.


Desde que se formou em 1988, Luiz Marchetti, já realizou vários trabalhos em diferentes ângulos das artes cênicas. “Que eu me lembre são oito curtas em película de cinema, dois vídeos, narrativas de média metragem que foram apresentados no Lux Cinema em Londres, uma espécie de Cine Itaú aqui no Brasil, fiz trabalhos de direção de Vídeo Dança para o The Place Theatre em Londres, documentários em diversos temas e várias obras de teatro no Rio, em Barcelona, em Londres e em Cuiabá. Isso tudo sem contar instalações de multimídia para galerias e mostras de arte”.

Marchetti viveu na Europa quase 20 anos onde teve alguns de seus trabalhos premiados, assim como aqui no Brasil e especialmente em Cuiabá. “Este mês faz um ano que estou morando aqui onde nasci e já ganhei dois prêmios, um da Secretaria de Cultura do Estado no 24◦ Salão Jovem Arte Mato-Grossense, com ‘A Poética dos Pequenos Furtos’ e outro no ‘Cuiabá cidadearte’da prefeitura de Cuiabá”. Mas de todos os prêmios o que mais o incentivou foi o prêmio da Arts and Humanities Research Board, que foi um prêmio pela pesquisa ‘Adaptação de obra literária para obra cênica contemporânea popular’ o qual, segundo ele, seu mestrado foi financiado.

O gosto pela arte
Marchetti acredita que seu gosto pela arte veio através do incentivo dos pais. Seu pai, Geraldo Marchetti, era muito envolvido com o carnaval de Cuiabá e sua mãe, Wanda Leite Marchetti, participava de Saraus Culturais com Silva Freire, Dunga Rodrigues e Gentil Bussiki, além de recitais. “Assim, espelhando-me no que assistia em casa, no Liceu Cuiabano eu fazia teatro, mais adiante com Gilberto Nasser fundamos o Grupo Anima na então Escola Técnica. Este foi o inicio. Hoje eu vivo, respiro e penso 24 horas com uma consciência de representação, pensando sempre na ideologia da cena, demasiadamente atento com o som e a luz que nos cerca”.

Exposições
Durante os quatro anos em que viveu em Barcelona, Marchetti, participou de várias performances em galerias. Participou também da Bienal de Londres com o curta “Filme número seis” que trouxe para Cuiabá e que pagou ao Cine Goiabeiras, na época, para projetar o curta aos cuiabanos. Ainda na Bienal de Londres participou com ‘Razões para sair e razões para ficar’ em uma catedral no leste de Londres. Em Liverpool participou da Bienal no Saguão da América do Sul com ‘Promoção!’ e na Century Gallery, centro de Londres, apresentou “Brasil 500”, em comemoração aos 500 anos do país. “Eu acredito que exposições de arte ainda sejam os espaços de maior liberdade de expressão e de inventividade da mente humana. Na Inglaterra, qualquer saleta ou galpão ganha uma iluminação e atenção para logo se converter numa galeria de arte contemporânea, investindo na arte educativa dos jovens, questionando uma cultura perigosamente burra e materialista que assola a televisão, o rádio, os eventos populistas e a mídia em geral. É algo que sinto muita falta em Mato Grosso”.


Durante sua estada em Londres realizou algumas curadorias, onde misturava literatura com vídeo e documentários média metragem. Já no Brasil, através do patrocínio do Banco do Brasil, realizou UK Brutal, mostra de cinema arte do Reino Unido no Centro Cultural do Banco do Brasil em Brasília.

Trabalhos fotográficos
Marchetti já colaborou algumas vezes como fotógrafo para o Jornal El Pais de Madri, revista B-Guided de Barcelona e, atualmente, colabora com a revista de moda e música Dazed and Confused de Londres.

‘A poética dos pequenos furtos’
Pela primeira vez está sendo apresentada no 24º Salão Jovem Arte-Mato-Grossense a obra ‘A poética dos pequenos furtos’, onde Marchetti mostra através de um documentário todo feito em película 16mm de cinema para projeção em galeria de arte. Segundo Marchetti, ele apresenta neste documentário “oito ladrões de verdade, ladrões de pequenos furtos, que re-apresentam (atuam) para a câmera suas apropriações”. Para este trabalho contou com a colaboração da banda Vanguart, da cantora Cibelle e do músico Matti-Kallioinen.


Espetáculo Festival Siminina 2007
No último dia 30, dirigiu o espetáculo teatral Festival Siminina com várias crianças cantando e dançando no Teatro da UFMT. O espetáculo foi patrocinado pela Petrobrás e pela Brasil Telecom.

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