Que doença é esta?
De acordo com psicanalista, são as mulheres que mais sofrem de cleptomania por conta da falta de atenção, carinho e afeto
VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
Cleptomania – distúrbio de comportamento sério, comprometedor, pois compromete as relações de quem sofre com familiares, amigos e com a sociedade. A pessoa que sofre desta doença começa a furtar objetos sem valor como canetas, sabonetes, objetos da casa de outra pessoa quando vai visitá-la, até atingir o estágio onde começa a furtar coisas de mais valor, como por exemplos roupas em loja.
De acordo com psicanalista, são as mulheres que mais sofrem de cleptomania por conta da falta de atenção, carinho e afeto
VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
Cleptomania – distúrbio de comportamento sério, comprometedor, pois compromete as relações de quem sofre com familiares, amigos e com a sociedade. A pessoa que sofre desta doença começa a furtar objetos sem valor como canetas, sabonetes, objetos da casa de outra pessoa quando vai visitá-la, até atingir o estágio onde começa a furtar coisas de mais valor, como por exemplos roupas em loja.
A pessoa que sofre de cleptomania pode ser detectada somente após os furtos que comete, pois no dia-a-dia apresenta características de uma pessoa normal, mesmo sentindo necessidade de obter o objeto desejado.
O cleptomaníaco, após realizar o furto, sente extrema sensação de prazer e ao mesmo tempo vergonha e infelicidade por conta do ato cometido e procura esconder de familiares e amigos este comportamento, dificultando assim o tratamento.
De acordo com a psicanalista Maria Fernanda Bumlai, que atende adolescentes e adultos, o cleptomaníaco imagina que poderá esconder este problema, mas acaba vindo à tona a partir do momento que se agrava. “É aí que as pessoas próximas tomam conhecimento, ou seja, fazem uma ponte entre o objeto desaparecido até a pessoa que esteve no local”, explica Maria Fernanda.
A psicanalista ainda diz que a cleptomania é uma doença onde a pessoa tenta suprir a necessidade de algo como falta de afeto, falta de atenção, falta de algo importante para ela. Desta forma o cleptomaníaco busca no objeto preencher o vazio que sente. “Eles pegam, inicialmente, coisa sem valor para nós, mas para eles tem valor”, diz Maria Fernanda.
Ajuda médica
Maria Fernanda conta que é muito difícil os cleptomaníacos buscarem ajuda médica para seus problemas e que, quando vão para fazer tratamento, é porque estão sendo obrigados por familiares e amigos.
“O cleptomaníaco tenta não dar valor ao objeto, mas a partir do momento que vê que é de valor para o dono passa a ser de valor para ele também”, conta a psicanalista.
Alguns cleptomaníacos, após um tempo, começam a ter sentimento de culpa por estarem realizando tal ato de furto e, mesmo assim, continuam realizando tal ato, tornando-se algo repetitivo, apesar deste sentimento.
“O cleptomaníaco sente prazer ao roubar como se fosse um prazer sexual. Este prazer faz com que ele se sinta satisfeito”, descreve Maria Fernanda.
Conforme a psicanalista, a cleptomania ocorre principalmente nas mulheres. “Esse comportamento é mais frequente nas mulheres, por elas buscarem se completar”, explica.
Para a cleptomania existe tratamento e um deles é a psicanálise. Maria Fernanda ainda diz que o tratamento é de médio a longo prazo, no qual o paciente deve ver quando começou a realizar tal ato e deixar de sentir prazer. “É como usar drogas”.
Para esta doença, em raros casos, é recrutado o uso de medicamentos, geralmente quando receitado é para ansiedade ou para depressão, caso a pessoa esteja depressiva.
Maria Fernanda conta que já teve casos de pessoas em estado de cleptomania grave, onde a pessoa acabou sendo excluída da sociedade e ninguém mais a convidava para festas, jantares, reuniões.
Doença que vem desde a infância
Segundo Maria Fernanda, a cleptomania é uma doença que vem desde a infância. Uma criança quando pede algo emprestado para si ou pede para outra criança que não empresta ou não dá, esta que pediu diz para a outra que irá, então, tomar dela. “A idéia de que se uma pessoa não dá ou empresta para outra, esta outra vai e toma aquilo que não lhe foi entregue”.
Maria Fernanda explica que, no caso das crianças, é a falta de aprendizagem social, onde pais e professores deveriam ensinar que roubar/furtar é errado e que não é permitido.
“Num país como o Brasil os cleptomaníacos pensam que não sofrerão tipo algum de repreensão ou dano, pois há tanta roubalheira no país que elas acham que não serão repreendidas”, diz Maria Fernanda.
Casos conhecidos de cleptomaníacos
Nos últimos anos os noticiários, programas de fofocas, rádio, revistas e jornais anunciam e, às vezes quando a pessoa está em alta na mídia, acabam trazendo o caso à tona novamente. Casos de cleptomaníacos entre os famosos de Hollywood e do Brasil, como a atriz americana Winona Ryder que foi presa furtando uma loja, o rabino Henry Sobel que furtou uma gravata e do estilista brasileiro Ronaldo Ésper, que foi preso em flagrante roubando vasos de cemitério em São Paulo.
Além destes casos a mídia, na época da exibição da novela América, de Gloria Perez, também deu enfoque para a novela, pois a autora abordou a cleptomania através da personagem Haydeé, protagonizada pela atriz Cristiane Torloni.
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