16 de abril de 2007

Artigo

Um ritmo quase esquecido

VIVIANE PETROLI
Blog Fala Sério Mix


Você já ouviu esta música “Milho torradinho socado, canela açucarada...” ou esta “Engenho novo estremecer...a canoa virou e tornou a revirar...”? Não? Uma vez? Escutou, mas há muito tempo atrás? Sabe por que quase não escutamos estas músicas?

Atualmente ouvimos muito nas rádios ritmos musicais totalmente diferente do que ouvíamos alguns anos atrás. Hoje escutamos nas emissoras de rádio ritmos como o axé, o funk, o pagode, o rock, o sertanejo (da cidade), o pop, o forro e muito, mais muito pouco da musical regional.

As músicas logo no inicio citadas são alguns sucessos do rasqueado cuiabano.

O rasqueado cuiabano antigamente era um ritmo que tocava bastante nas rádios e também na televisão, mas conforme o cenário fonográfico foi crescendo o rasqueado foi ficando para trás.

Hoje ainda vemos cantores como Henrique, Claudinho, Pescuma e João Eloy na mídia regional, mas muito pouco. O cantor João Eloy até que podemos ver com mais freqüência aos sábados de manhã apresentando seu programa Varanda Pantaneira na Rede Tv local ou nas rádios Cultura de Cuiabá e Cuiabana FM.

Se perguntarmos para as pessoas hoje o que é o rasqueado algumas responderam que não sabem o que quer dizer ou responderam algo que tem nada haver.

O rasqueado quer dizer “arrastar as unhas ou um só polegar sobre as cordas, sem pontear”. Em Mato Grosso o rasqueado cuiabano ou dança popular mato-grossense nos traz em seu histórico um história que começou após o fim da Guerra do Paraguai, quando os prisioneiros ficaram confinados à margem do Rio Cuiabá.

Após o fim deste conflito os prisioneiros não quiseram voltar à seu país de origem, permanecendo então aqui e espalhando-se ao longo do Rio Cuiabá se interagindo à vida dos ribeirinhos.

Essa tradição que surgiu nas regiões ribeirinhas foi sendo transmitida de geração a geração e hoje podemos vê-la através das festas de Santo.

Será que algum dia veremos novamente na mídia, com força total, o que este ritmo histórico para os mato-grossenses.

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