Escola comemora 128 anos
Em 07 de março de 2008 o Colégio Liceu Cuiabano Maria de Arruda Muller comemorou 128 anos de ensino e dedicação à população cuiabana. O colégio foi fundado pelo Barão de Maracajú
VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
Em 07 de março de 2008 o Colégio Liceu Cuiabano Maria de Arruda Muller comemorou 128 anos de ensino e dedicação à população cuiabana. O colégio foi fundado pelo Barão de Maracajú
VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
Frente Colégio Liceu Cuiabano.
Foto: Viviane Petroli
Criado pela Lei nº 536 de 03 de dezembro de 1879, o Colégio Liceu Cuiabano completou neste mês 128 anos com muita história, ensino e dedicação aos que aqui em Cuiabá moram, estudam e estudaram no local.
Criado pela Lei nº 536 de 03 de dezembro de 1879, o Colégio Liceu Cuiabano completou neste mês 128 anos com muita história, ensino e dedicação aos que aqui em Cuiabá moram, estudam e estudaram no local.
Sua fundação é datada em 07 de março de 1880 pelo presidente da Província de Mato Grosso, Rufino Enéas Gustavo Galvão, mais conhecido como Barão de Maracajú. Em 27 de maio de 1942, por meio do Decreto nº 100, sob intervenção de Júlio Muller, o Liceu Cuiabano passou a se chamar Colégio Cuiabano e quase um ano depois, em 10 de março de 1943, pelo Decreto-Lei nº 143, teve seu nome alterado para Colégio Estadual de Mato Grosso.
Em 29 de março de 1976, com o Decreto nº 480, passou a ser Escola Estadual de Iº e IIº Graus e em 13 de março de 1979, pelo Decreto nº 1752, no governo de Cássio Leite de Barros, voltou a se chamar Liceu Cuiabano.
De acordo com a professora de história do colégio, Kátia Maria da Costa Freire, o primeiro prédio do Liceu Cuiabano foi onde hoje é o Ganha Tempo, depois passou para o Correio Central e em seguida para o atual endereço na Avenida Getúlio Vargas, onde ocupa um quarteirão. “O Liceu foi criado durante o Segundo Império Brasileiro, somente a elite podia estudar, nessa época, no local. Vivíamos o Brasil colonial e imperial onde só haviam privilegiados”, diz a professora.
Ao todo em seus quase 128 anos o Colégio Liceu Cuiabano teve 51 diretores, cargo que atualmente é ocupado por Francisco de Assis Ferreira dos Santos.
Ao todo em seus quase 128 anos o Colégio Liceu Cuiabano teve 51 diretores, cargo que atualmente é ocupado por Francisco de Assis Ferreira dos Santos.
Construção da sede atual
Conforme o historiador Moisés Martins, a atual instalação do Colégio Liceu Cuiabano teve sua obra realizada pela Fundação Coimbra Bueno, de Goiás, que trouxe o engenheiro Cássio Veiga de Sá para construir o prédio. “Cássio Veiga de Sá além de construir o prédio do Liceu Cuiabano, construiu também a antiga Casa dos Governadores e o Tesouro do Estado”.
Conforme o historiador Moisés Martins, a atual instalação do Colégio Liceu Cuiabano teve sua obra realizada pela Fundação Coimbra Bueno, de Goiás, que trouxe o engenheiro Cássio Veiga de Sá para construir o prédio. “Cássio Veiga de Sá além de construir o prédio do Liceu Cuiabano, construiu também a antiga Casa dos Governadores e o Tesouro do Estado”.
Segundo a professora Kátia, o Liceu Cuiabano foi construído com uma arquitetura moderna para a época. A inauguração foi em 04 de outubro de 1944, tendo como interventor do Estado, Júlio Muller e João Ponce de Arruda, como secretário geral durante a presidência de Getúlio Vargas.
Ainda de acordo com a professora, o Colégio Liceu Cuiabano, desde sua criação, sempre prezou pela qualidade de ensino de seus alunos, tanto que os estudantes, ao concluir os estudos, já saiam encaminhados para o mercado de trabalho. “Foi na era Vargas que se abriu para que os alunos saíssem encaminhados para o mercado de trabalho”.
Na época de sua criação eram ministrados curso de admissão (atual ensino fundamental), curso ginasial (ensino médio) e curso cientifico (pré-vestibular). Além disso, os alunos estudavam quatro línguas: o inglês, o espanhol, o francês e o alemão.
“Os alunos tinham lição de cultura cívica, cantavam o hino nacional e o hino de Mato Grosso, sem contar que disputavam modalidades esportivas como o futebol e o basquete”. O historiador conta ainda que o colégio possuía laboratório de física e química.
Com relação à área de esporte o Liceu possui uma quadra de esporte coberta e um campo de futebol com arquibancadas. Possui também um amplo salão nobre para festividades e manifestações teatrais. “Nota-se que desde aquela época havia uma preocupação com a segurança dos alunos e professores com uma construção sólida e moderna”.
Colégio Liceu Cuiabano Maria de Arruda Muller
Este é o atual nome do Liceu Cuiabano, pois foi a esposa de Júlio Muller, dona Maria de Arruda Muller que, vendo a precariedade para o ensino, pediu para que o marido construís-se a atual sede do colégio.
Conforme o diretor Francisco de Assis Ferreira dos Santos, o colégio ganhou o nome de dona Maria de Arruda Muller, não só pelo fato dela ter sido professora ali, mas pela sua luta de melhorar o ensino com uma sede nova.
O Liceu Cuiabano hoje
Atualmente, o Liceu Cuiabano possui aproximadamente 1.580 alunos. Cada sala possui no máximo 40 alunos, pois o aproveitamento escolar acaba sendo melhor, segundo a professora Kátia. “Antigamente eram 60 alunos por sala e isso dificultava o ensino e o aprendizado”.
Alunos notáveis e professores
Em 128 anos de ensino muitas pessoas passaram pelo Colégio Liceu Cuiabano. Desde pessoas que hoje se encontram na política até médicos, advogados, empresários e pessoas mais humildes.
Fizeram parte de seu quadro de alunos notáveis: Eurico Gaspar Dutra, único cuiabano que ocupou o cargo de presidente da República, Marechal Cândido Rondon, Dunga Rodrigues, Dante de Oliveira, Roberto França, Júlio Campos, Jaime Campos, Frederico Soares de Campos e Carlos Bezerra entre outros.
Com relação aos educadores passaram pelo local: Cesário Neto de Figueiredo, João Crisóstomo de Almeida, Demétrio de Souza, Francisval de Brito, Ayda Siqueira, Gastão Muller, Rafael Ueda, Paulo Henrique Villa, Issac Póvoas, Nilo Póvoas e Maria Dimpina.
Arquivo e Memorial
De acordo com o diretor do Liceu Cuiabano, Francisco de Assis Ferreira dos Santos, o colégio tem a necessidade de criar um arquivo e um memorial que conte a história da instituição, pois muitos documentos do século XVIII estão se perdendo.
“Estamos querendo criar o Centro de Memória do Liceu ainda este ano, através da Assembléia Legislativa”, diz o diretor.
2 comentários:
Sou aluna do Liceu desde 2004 e este é o meu último ano...ameiii a atenção que foi dada à história da escola, e dou a maior força para a contrução do memorial.
Agradeço desde já por ter tido oportunidade de fazer parte dessa história.
Raianny Almeida ;)
Ola sou doutorando em educação e estou fazendo um trabalho sobre liceus pelo Brasil vc poderia me informar se há alguma obra produzida sobre o Liceu Cuiabano?
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