Choros, serestas e samba tudo em um único lugar
Bar Choros e Serestas na Capital reúne músicos e membros da velha guarda apaixonados pelo bolero, samba e chorinho, gêneros tradicionais
VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
Choro ou chorinho é um ritmo brasileiro que foi divulgado no final do século 19. No princípio não era muito aceito no país, por ser uma mistura brasileira e africana e não européia que era o tipo de música mais difundida na época. Atualmente, é um ritmo escutado em clubes exclusivos de choro. O tempo passou e grupos de amigos ainda revivem o tradicional gênero. Na Capital não poderia ser diferente. Aberto de quarta a sexta-feira, a partir das 18h30 e sábado a partir das 17h, o Bar Choro e Serestas é uma simples e pequena casa, onde amantes de música com qualidade podem encontrar aconchego, bom atendimento, boa comida, além de poder sentar-se ao ar livre e “jogar conversa fora”. Lá eles podem ouvir músicas dos maiores compositores do choro como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e até de Heitor Villa Lobos. Grupos locais contemporâneos formatam seus repertórios para atender o público do Choros e Serestas.
Muitos ilustres de Mato Grosso, ao longo de toda a existência do Bar Choro e Serestas, ou apenas Chorinho, como é conhecido na cidade, já passaram por suas dependências. Entre eles encontram-se desembargadores, juízes, promotores, procuradores, secretários de Estado e Municípios, governador e ex-gestores, prefeitos e ex-prefeitos.
Com relação aos artistas de renomes da música nacional e internacional que já passaram pelo Chorinho estão artistas como Zeca Pagodinho, Ademilde Fonseca, Paulo Belinatti, Martinho da Vila entre outros.
“A marcante clientela do choro sempre foi basicamente adulta, até porque esse estilo musical tem a capacidade de reunir pessoas apreciadoras de uma música tradicional sem querer desmerecer outros estilos musicais. Hoje, confesso, que nos encontramos bastante entusiasmados e felizes com a participação de uma clientela bastante jovem, principalmente universitários, que descobriram o nosso Clube do Choro. Acreditamos que isso é motivado pela persistência e perseverança nossa em continuar segurando a bandeira do choro em Mato Grosso, cabendo aqui um grande e especial destaque à pessoa do Mestre Marinho, hoje proprietário do Bar Choro e Serestas, que é para nós o maior responsável por essa bandeira aqui em Mato Grosso, especialmente em Cuiabá”,explica Davi Getúlio um dos fundadores do Bar Choro e Serestas.
Atualmente, o Chorinho é considerado pelos seus frequentadores como uma das melhores casas de choros, samba de raiz e serestas de Cuiabá que tem suas noites animadas por músicos como Marinho (sete cordas), Joelson (seis cordas), Junior (cavaco), Edjelson (sax) e vocais com Sônia e Marcelo, que tocam o melhor do chorinho, do samba e da seresta. “Nós tocamos, basicamente, três estilos de samba. O samba raiz, o samba partido alto e o chorinho propriamente dito, que também assim, como os demais, tem um estilo próprio. Sendo que nas quintas-feiras é bastante marcante a MPB e a Bossa Nova”, conta Davi.
Fundado em 23 de novembro de 1992 por Raimundo Nonato, Marinho, Evaldo Lucio, Dr. Aroldo, Sandra Elizabeth Carvalho, Davi Getúlio, Ziede Coutinho , Estevão e Professor Elizeu o Chorinho recebe este nome pelo fato do ritmo choro ser considerado o primeiro estilo musical urbano tipicamente brasileiro. “O nome choro veio do caráter plangente e choroso da música que os pequenos grupos musicais tocavam. Geralmente é tocado por instrumentos como a flauta, a clarineta, o violão de sete cordas, o violão de seis cordas e o cavaquinho”, conta Davi.
Música para ninguém botar defeito
Com música ao vivo, executada por todos os membros da diretoria, durante todos os dias em que fica aberto, o Chorinho ainda abre espaço para que os seus clientes possam mostrar suas habilidades e dotes musicais tanto soltando a voz quanto tocando algum instrumento. “Estas participações são sempre bem vindas”, diz Davi.
Davi conta que além da boa música e do espaço aberto para os clientes soltarem o gogó, há também a boa comida que ajuda embalar as conversas.
Chorinho já foi palco de gravação
Davi conta que até o momento nenhum CD ao vivo foi gravado no local, mas que cerca de um ano atrás o Bar Choro e Serestas foi palco da gravação do documentário “Chorinho em Cuiabá – história e perspectiva”, do produtor em áudio visual Aroldo Máximo.
“A gravação do documentário nos deixou bastante lisonjeados, mais ainda a escolha e apresentação deste DVD no Festival Mato-grossense de Cinema, realizado em Cuiabá, no ano passado, na categoria Documentário, exibido no Cine Pantanal, no Shopping Pantanal, em Cuiabá”, diz Davi.
Além das gravações do documentário “Chorinho em Cuiabá – história e perspectiva”, muitas outras gravações de áudio visual já foram realizadas no local, principalmente por amadores, clientes e membros da diretoria.
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