“A morte do toreador” mostra um triângulo amoroso durante a Cuiabá da década de 20. Mostra desde a infância até a morte de uma das personagens, além da intolerância e do preconceito dos adultos quando as personagens ainda eram crianças
VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
“O curta conta a história de três amigos que vivem um triângulo amoroso, ambientado na década de 20 em Cuiabá e o desfecho da trama se dá durante uma tourada. A questão da briga entre Jovino e Guel ocorre porque, na infância Guel, sem querer, machuca Jovino e o Bispo, que era padrinho de Jovino, um garoto branco, envenena-o com o seu preconceito e o garoto acaba cortando laços com Guel”, explica João Antonio.
As filmagens de “A morte do toreador” foram realizadas durante oito dias entre Santo Antônio do Leverger e no Coxipó do Ouro. Todos os cenários foram construídos pela própria equipe de produção do curta-metragem e o figurino foi feito todo no Rio de Janeiro.
O curta, que é ambientado durante uma tourada. Mostra como era Cuiabá na década de 20 e por mais que Cuiabá esteja descaracterizada, por conta do tempo e também por terem de trabalhar com animais, João explica que este foi o motivo de escolherem Santo Antonio do Leverger como cenário principal.
João Antonio conta que foram dois anos de preparação para a realização do curta entre pesquisa, elaboração do roteiro, captação de recursos através do Governo Estadual e Governo Federal, preparação do ator Romeu Benedicto Lucialdo (o Toto Bodega), que faz o toreador que demorou um ano aprendendo equitação e postura corporal. “Em cenas perigosas usamos dublês vindos de São Paulo e alguns eram daqui do Mato Grosso mesmo. Os únicos atores de fora eram o Leandro Firmino, do Rio de Janeiro, que faz o Guel e participou de filmes como Cidade de Deus e Cafundó e a atriz Mariana Nunes, que é de Brasília e faz a Teresa”, conta João Antonio.
João Antonio ainda diz que por ser um curta gravado em dois períodos, ou seja, quando as personagens são crianças e adultas, utilizaram atores mirins, no qual as meninas eram do Projeto Siminina e os meninos da Escola Estadual Nossa Senhora da Penha de França, do Coxipó do Ouro.
Equipe, lançamento e festivais
Ao todo fizeram parte das filmagens 200 pessoas, sendo destes 30 pessoas da produção/técnicos, 20 do elenco e 150 figurantes.
Com relação ao lançamento do curta-metragem João Ant
Um curta como “A morte do toreador” custa em torno de R$ 150 mil a R$ 200 mil e, de acordo com João Antonio, este curta é considerado um dos mais caros do Estado de Mato Grosso.
Quem é João Antonio Lucidio
Formado em História, João Antonio nunca chegou a dar aula para alunos do 1° e 2° Graus e sim sempre na Universidade Federal de Mato Grosso, procurou ser um historiador orientado-se sempre para o lado das pesquisas.
Estudando, hoje, doutorado em História e dividindo-se entre o trecho Cuiabá – Rio de Janeiro – Lisboa, João Antonio está pesquisando para sua tese sobre a cartografia do século XVIII e pretende dedicar-se, após as finalizações do curta “A morte do toreador”, somente aos estudos nos próximos três anos.
Desde 2000 trabalha na área do áudio-visual e também nos últimos tempos vem trabalhando com livros sobre fotógrafos brasileiros que passaram pelo Estado de Mato Grosso. João Antonio é um dos autores do livro “Mato Grosso território de imagens” lançado no último dia 16 de julho e em outubro estará lançando “Oficio e arte: fotógrafos e fotografias em Mato Grosso” que é de sua própria autoria.
“Trabalho com documentários. Escrevi a série ‘Conheça a nossa terra’ gravada por uma emissora de televisão daqui, fiz pesquisas e ajudei no roteiro de ‘Rondon – O último dos bandeirantes’ e fiz o roteiro de uma série de seis documentários sobre as danças do Estado de Mato Grosso”, conta João Antonio.
Em 2008 João fez pesquisa, argumento e foi co-roteirista de um longa dirigido pelo cineasta Joel Zito de Araújo que se chama “Sete estações”, que é uma história cuja trama se desenrola durante uma expedição que o antropólogo francês Claude Levi Strauss fez em Mato Grosso, em 1938. “Minha participação foi somente nesse longa. O filme está em fase de captação e será uma produção franco-brasileira, ou seja, parte dos recursos veem do Brasil e outra parte vem da França”, explica.
Produção em Mato Grosso
Segundo João Antonio, a produção de curtas e longa metragens, em Mato Grosso, tem crescido bastante ao longo dos últimos três anos. “Temos bastante pessoas fazendo curtas. Nos últimos anos aumentou. Temos o Amaury Tangará, o Bruno Bini, Leonardo Santana, Gloria Bues, Lenissa Lessa entre tantos outros profissionais. E há uma convivência muito saudável entre todos nós diretores. O Leonardo Santana, por exemplo, foi meu assistente de direção”.
Em 2008 os produtores estão aguardando que novas produções sejam incentivadas. Até o momento somente o curta de João Antonio e um de Bruno Bini foram gravados.
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