Paulistana busca, há 15 anos nos palcos, uma nova maneira de contar histórias existentes nos livros e, futuramente, pretende escrever um de sua própria autoria
VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
Ela é atriz e tem 37 anos. Nascida em São Paulo/SP, reside em Cuiabá há 18 anos, sendo 15 destes, trabalhando profissionalmente como atriz e trazendo, em seu currículo, participações em companhias de teatro de Cuiabá, como a Cena Onze e a Cia. Mosaico.
Seu nome é Alicce Oliveira e possui também experiências na área televisiva e cinematográfica, onde já participou de dois longas metragens de nível nacional que foram: “O Homem Mau Dorme Bem” e “O Vestido”. Também participou do curta metragem “A Santa”, entre outros vídeos.
“Comecei a desenvolver uma pesquisa em Contação de Histórias a partir de um Curso ministrado por José Mauro Brant, contador de histórias do RJ, depois fui convidada pelo SESC a realizar um trabalho nessa área junto ao Coral Infantil Praticutucam. O sucesso foi tanto que resolvi montar um espetáculo: "Histórias Birutas e Batutas" que até hoje continua em cartaz, tendo sido apresentado na capital, interior e em mais quatro Estados da região amazônica, isto graças ao mais novo Projeto ‘Amazônia das Artes’ idealizado pelo SESC. Hoje já estou apresentando também o mais novo espetáculo ‘Trecos e Cacarecos’, juntamente com dois músicos: Bruno Mangabeira e Jailson Prado que pesquisam a musicalidade nas histórias”, conta Alicce.
Alicce ainda diz que o motivo que a levou a contar e também a se encantar com as histórias, em primeiro lugar, foi a necessidade que sentiu em transmitir, através da oralidade, a riqueza existente na literatura brasileira e mato-grossense e de poder levá-la ao exterior. “Isso sem falar dos contos de tradição oral, aqueles que são contados e recontados por qualquer um de nós; segundo, é a responsabilidade que tenho enquanto artista de contribuir, através da arte, informações e divertimento, para a formação das crianças e para a reflexão entre os adultos. O conto é a arte da relação entre contador de histórias e seu público e isso é, ao mesmo tempo, desafiador e gratificante para qualquer artista que trabalha para seu público”, comenta.
Quando perguntada sobre os tipos de histórias que conta nas apresentações que realiza no Sesc Arsenal, em Bibliotecas, Feira de Livros, Festivais, Escolas e Livrarias, Alicce explica que tem pesquisado vários contos populares e que se identifica muito com os contos de Ricardo Azevedo e que lê infinitas vezes as histórias escritas por Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Ângela Lago, entre outros.
Apesar das histórias que conta serem de grandes escritores, Alicce pensa em escrever histórias no futuro, já que muitas pessoas lhe perguntam quando poderão ver um livro ou conto de sua própria autoria.
Incentivo
Alicce diz que, em relação a incentivo por meio da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, tem recebido sim, bem como também da Biblioteca Estadual Estevão de Mendonça e do Sesc Mato Grosso. Ela ainda diz que com este incentivo que recebe é que tem desenvolvido seus projetos de oficinas e apresentações pelo Estado. “Recentemente, tenho realizado bons trabalhos em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente também”, completa.
O que é a arte de contar histórias?
Para Alicce, a arte de contar histórias é uma arte milenar que é a essência do ser humano. “Foi a partir dos gestos, que veio a necessidade da fala e é a partir dela que desenvolvemos nossa inteligência. Posso dizer que é uma das artes, onde se cria uma relação entre o público e o contador de histórias e é a partir dessa relação que podemos refletir, criar e imaginar um mundo melhor. Como já dizia Sócrates: ‘Conhece-te a ti mesmo’. Quando percebo a participação da platéia, os risos, os comentários e os aplausos, percebo a dimensão da minha responsabilidade enquanto artista e a felicidade de compartilhar este momento impar com o público, o qual respeito muito”, diz.
Em relação a contadores de histórias conhecidos, Alicce diz que todo o ser humano é um contar de história por natureza, mas quando a questão é o lado profissional, acredita existirem poucos contadores. Alicce comenta ainda que no Estado de Mato Grosso não sabe dizer exatamente quantos contadores de história existem, mas que um dos nomes mais lembrados na capital mato-grossense é o do poeta e escritor Luiz Carlos Ribeiro.
*Foto: Arquivo pessoal de Alicce Oliveira
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