9 de maio de 2008

CAOS

Lentidão e imprudência acabam com trânsito

População em Cuiabá, além de enfrentar problemas no transporte coletivo, tem de enfrentar caos no trânsito da cidade causado pelo crescimento de veículos nas ruas

VIVIANE PETROLI
Especial para o Jornal Circuito Mato Grosso


Foto: Viviane Petroli
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2007, a cidade de Cuiabá já possuía 527 mil habitantes e uma frota de 211 mil veículos licenciados no Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN).


De acordo com dados da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso somente em Cuiabá, no ano de 2006, foram lavradas 1.196 ocorrências de acidentes de trânsito com vitimas e em 2007 - 1.476 ocorrências.

Com relação a fevereiro de 2008, nos 10 primeiros dias, foram registradas cerca de 700 ocorrências entre o 1º, 3º, 9º e 10º Batalhão da Policia Militar e o 1º CIPM – Chapada dos Guimarães.

A natureza das ocorrências varia: atropelamento, capotamento, choque mecânico, colisão, tombamento, abalroamento entre outros. Dos veículos envolvidos em acidentes destas naturezas a liderança fica, tanto em 2006 quanto em 2007, com automóveis seguidos de motocicletas, microônibus, camioneta, caminhão, ônibus.

Crescimento de vendas de automóveis
Conforme o supervisor de vendas da Fiat Domani, Benonis Paula Souza, a concessionária chega a vender por mês entre 550 e 600 veículos novos entre as cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres e Tangará da Serra. Já os seminovos chegam a 100 entre as quatro cidades.

Prova deste crescimento em vendas de veículos é a lentidão encontrada pela população em determinadas avenidas e ruas de Cuiabá: avenida Getúlio Vargas, avenida do CPA, Prainha, avenida Carmindo de Campos, avenida Fernando Correa da Costa e Miguel Sutil.


Rodízio de carros

Na última sexta-feira, 25, o vereador Luiz Poção realizou na Câmara dos Vereadores, uma Audiência Pública para saber da população o que acham da realização de um rodízio de carros em Cuiabá e Várzea Grande, já que muitos veículos da cidade vizinha também trafegam na capital.

Poção, que até o momento não entregou o projeto para avaliação por querer ouvir mais uma vez a população, alega que Cuiabá cresceu populacionalmente e a cidade por meio do poder público não conseguiu acompanhar. “O caos no trânsito depende do poder público municipal. A cidade cresceu, o número de veículos também e a prefeitura não parou para ver isso”.


O vereador diz que para a Audiência Pública convidou os setores de planejamento da prefeitura de Cuiabá e que estes não compareceram, assim como o Ministério Público, a Ager, o Iphan, sindicatos relacionados ao trânsito, o Aglomerado Urbano e responsáveis pelo trânsito de Várzea Grande. “Somente a SMTU compareceu, mas não apresentou uma solução para o trânsito da capital”. Poção diz ainda que a SMTU propôs somente algumas Leis que podem ser acrescidas no trânsito de Cuiabá, já a Politec propôs a criação de um núcleo para encontrar uma solução que não seja o rodízio de carros.

“O rodízio por enquanto é apenas uma discussão. Queremos ouvir novamente a população. Se o Prefeito tivesse pego no final de 2005 o relatório da CPI do Transporte Público e tivesse colocado em prática, não teríamos esse caos no trânsito hoje”.

Possíveis soluções
Poção diz que existem algumas possíveis soluções para que o caos vivido por Cuiabá no trânsito seja resolvido. Uma dessas soluções seria retirar da área central da cidade os Bancos e a Prefeitura, pois nestas regiões o caos é constante, principalmente, quando esses locais abrem depois das 11h da manhã.


“Hoje vemos caminhões e carros-fortes parando, praticamente, no meio da rua para descarregar mercadorias nas lojas, lanchonetes, bares, restaurantes e dinheiro nos Bancos”, diz o vereador.

Atualmente, ao andar-se pelo centro de Cuiabá pode-se perceber que não há mais cartórios no perímetro central, pois perceberam os problemas enfrentados pela população, principalmente, em horário de pico.


“A Prefeitura deveria ser como o Centro Político Administrativo, afastada e mais organizada. Até os shoppings da cidade não são na área central”. Ainda de acordo com Poção a área central deveria ser preservada, pois é uma área rica do passado de Cuiabá.

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